27/06/2025 - 12:24
Depois de duas semanas de trabalho, terminou nesta quinta-feira (26) a Conferência de Bonn, na Alemanha. O evento teve a participação de 188 países e o objetivo de ajudar a preparar a pauta da COP30 que ocorrerá em Belém do Pará, no próximo mês de novembro.
“Bonn foi uma amostra do que vai acontecer em Belém. Não foram dias fáceis”, disse Karen Oliveira, representante da Coalizão Brasil, entidade que reúne mais de 400 empresas, organizações da sociedade civil, centros de pesquisa e representantes do agronegócio brasileiros em prol de uma economia de baixo carbono, competitiva, responsável e inclusiva. Presente ao evento que aconteceu entre os dias 16 e 26, Oliveira conta que a agenda de trabalho levou dois dias para ser definida.
Um dos pontos de destaque em Bonn foi o financiamento para a transição. “Essa é uma discussão que segue polarizada entre países desenvolvidos e em desenvolvimento e não há clareza sobre que mecanismos podem ser adotados para que o valor do financiamento chegue a US$ 1,3 trilhão”, diz Oliveira.
O embate vem se arrastando nos últimos anos e em Bonn a discussão partiu daquilo que foi tratado na COP29, no ano passado, em Baku, e que envolveu a quantia total do financiamento, forma de entrega e responsabilidade. Enquanto os países em desenvolvimento pleiteiam US$ 1,3 trilhão e exigem recursos públicos em forma de doações, os países desenvolvidos propõem meta de US$ 300 bilhões anuais de recursos públicos e convidam o setor privado e países emergentes, como a China, a contribuir voluntariamente.
De acordo com Oliveira, um tema ligado ao financiamento que se desenvolveu fortemente nas duas últimas semanas em Bonn foi o fundo de adaptação às mudanças climáticas. A agenda de justiça climática também teve destaque, porque inclui o debate sobre a transição energética, ou seja, o afastamento dos combustíveis fósseis. “Ainda não há uma clareza sobre como esta proposta será adotada, mas sabe-se que a transição para uma economia de baixo carbono é viável, deve ser equitativa e incluir justiça social”, diz Oliveira.
A especialista ressalta, no entanto, que o ponto alto de discussão na conferência de Bonn foi a divulgação da quarta carta da presidência da COP30, que trouxe a agenda de ação proposta para o encontro de Belém. Segundo ela, esta agenda é dividida em seis grandes eixos, com 30 ações previstas, trazendo soluções climáticas para temas que vão da agricultura sustentável à logística, passando por transporte, biodiversidade, oceanos e outros itens fundamentais dentro da governança ambiental. “Há a preocupação de que uma agenda tão ampla perca o foco”, afirma.
Na carta, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, reforçou a intenção do Brasil de “impulsionar nosso mutirão global contra a mudança do clima com um apelo não apenas às Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), mas também a todos aqueles dispostos a agir decisivamente diante da urgência climática, por meio de uma agenda de ação ambiciosa e integrada na COP30”.
A Conferência de Bonn é parte das atividades da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Bonn, na Alemanha, é a sede do secretariado da UNFCCC e frequentemente sedia reuniões importantes relacionadas às negociações climáticas globais*.
*Conteúdo elaborado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.