A Copa Airlines informou nesta quinta-feira, 11, que mantém a suspensão temporária de 21 aeronaves do modelo Boeing 737 MAX 9 que detém em sua frota. A medida segue uma diretriz da Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos. No total, a companhia possui 29 aeronaves do modelo que perdeu uma das janelas em pleno voo.

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Os aviões suspensos prosseguem em solo até que as autoridades e a Boeing definam as instruções de inspeção necessárias para os seus respectivos retornos à operação com segurança e confiabilidade. A restrição não atinge a totalidade de aeronaves da Copa Airlines pois, segundo a companhia, oito das vinte nove aeronaves da companhia aérea não possuem o ‘tampão’ da porta intermediária, justamente a parte da fuselagem que teve problemas no voo da Alaska Airlines.

A Copa Airlines é a única empresa aérea que opera o modelo suspenso no Brasil, com voos diários entre São Paulo e Panamá, além de Rio de Janeiro e Panamá.

Conforme informações apuradas pela reportagem, no último domingo, 7, dos cinco voos da empresa previstos para o dia partindo de São Paulo, três foram cancelados. No Rio de Janeiro, dos dois programados, um partiu com atraso de quase oito horas e o outro voo foi cancelado.

Segundo o portal Aviacionline, para o Brasil, as aeronaves que não possuem o ‘tampão’ continuam realizando ao menos um dos voos diários em cada rota da Cidade do Panamá para o Rio de Janeiro (Galeão) e São Paulo (Guarulhos).

A Istoé Dinheiro entrou em contato com a empresa para entender se mais voos seriam afetados. A Copa Airlines não informou em detalhes se os trechos mencionados seguiriam com operação normal ou não, mas ressaltou que as 21 aeronaves que possuem o ‘tampão’ ou a ‘porta de emergência falsa’, semelhante à ejetada no voo em que ocorreu o acidente, permaneceriam sem operar até a orientação das autoridades.

No site da companhia, ao consultar a disponibilidade de voos entre o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e a Cidade do Panamá, no Panamá, a informação é de que não há voos à disposição dos passageiros. Até o momento, a Copa Airlines também não informou até quando o problema deve se estender.

“A Copa Airlines lamenta profundamente os cancelamentos e atrasos de voos em decorrência desta situação, fora de seu controle, e deseja afirmar que toda a sua equipe está trabalhando incansavelmente para mitigar essas interrupções da melhor maneira possível, ao mesmo tempo em que expressa suas mais sinceras desculpas aos seus passageiros pelos transtornos causados”, informou a companhia, em nota.

Ainda de acordo com a Copa Airlines, a empresa fornecerá toda a assistência necessária aos passageiros afetados, incluindo comunicação proativa, reagendamento prioritário em outros voos com base na disponibilidade, alterações de itinerário sem penalidade e reembolsos, bem como acomodação, embarque e despesas diversas, se necessário.

A companhia aérea recomenda aos seus passageiros que verifiquem periodicamente o status de seus voos no site copa.com ou no aplicativo móvel da empresa, especialmente antes se dirigirem ao aeroporto.

Entenda o caso

Na última sexta-feira, 5, uma janela e parte da fuselagem de um avião modelo Boeing 737 MAX 9 da Alaska Airlines, com 174 passageiros, explodiu e a porta do avião abriu no ar, o que causou a descompressão em pleno voo e levou a um pouso de emergência logo após a decolagem, em Portland (EUA). Não houve feridos.

Devido ao incidente, a Diretriz de Aeronavegabilidade emitida pela Administração Federal de Aviação (FAA), autoridade de aviação dos Estados Unidos, determinou a suspensão das operações com a aeronave. A decisão afeta cerca de 171 aviões em todo o mundo, segundo a agência. De acordo com a agência americana de aviação, as inspeções nos modelos da Boeing demoram de quatro a oito horas por aeronave.

O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA informou que investigará o caso. A Boeing, fabricante do jato, disse, em comunicado à imprensa, que concorda e apoia a exigência de inspeção imediata das aeronaves.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que a suspensão afeta automaticamente as operações da aeronave ao Brasil, já que a decisão da autoridade norte-americana se aplica automaticamente ao País.

O que o passageiro afetado pode fazer?

De acordo com a Anac, as regras em vigor no País determinam que o cancelamento programado de voos precisa ser informado aos passageiros com, no mínimo, 72 horas de antecedência.

Se isso não acontecer, o “transportador deve oferecer alternativas de reacomodação ou reembolso integral”, explicou a agência. Segundo a Anac, em situações de cancelamento, o passageiro tem direito de escolher entre reacomodação (em outro voo) ou reembolso integral.

Em nota, o Procon de São Paulo também informou que notificará todas as companhias aéreas “para orientar e atender os consumidores eventualmente prejudicados com atrasos ou cancelamentos de voos.”