29/01/2014 - 10:10
A estratégia da empresa de pagamentos eletrônicos Cielo para 2014 será concentrar-se na melhora das margens de lucro, e não no crescimento do volume de transações financeiras capturadas. ?Não queremos volume este ano, vamos focar na rentabilidade dos produtos e serviços?, diz Rômulo Dias, principal executivo da Cielo. No resultado referente ao ano de 2013, divulgado na terça-feira 28, a empresa apresentou crescimento de 15% no lucro líquido de R$ 2,6 bilhões em relação a 2012. No mesmo período, a receita líquida da empresa foi de R$ 6,7 bilhões, avanço de 25%. No total, a Cielo atingiu R$ 448,7 bilhões em volume financeiro transacionado no ano passado.
Rômulo Dias: “A prioridade em 2014 será rentabilidade e não volume”
Em teleconferência com investidores, na manhã desta quarta-feira 29, o presidente da Cielo, Dias afirmou que a estimativa de crescimento da empresa para 2014 está abaixo da média do mercado, que ficará entre 16% e 18%. Ele não revelou os números, mas informou que dois pontos vão influenciar neste sentido. Um deles é a expectativa de queda das vendas no mês de junho, devido aos possíveis feriados em função da Copa. Apesar de considerar que o evento será benéfico para a economia brasileira, Dias avalia que seu impacto sobre a empresa não será bom. ?Dependendo dos feriados que serão decretados, o mês de junho poderá ser o pior do ano?, afirma o executivo.
Outro ponto negativo destacado por Dias é o aumento da agressividade dos concorrentes em áreas em que a Cielo é forte, como o segmento de pequenas e médias empresas na região Nordeste. ?A concorrência tem estado mais forte nos segmentos em que atuamos?, afirma Dias. No entanto, essa maior movimentação não o preocupa tanto. ?Respeitamos bastante a concorrência, mas acreditamos que essas campanhas mais agressivas são temporárias e não se mantêm durante o ano?, diz ele.
A Cielo tem sido a queridinha dos investidores nos últimos anos. Em 2013, seus papéis subiram 44,1% em comparação com uma queda de 15,5% do índice Bovespa, e as ações continuam bem recomendadas para 2014. No entanto, os analistas afirmam que os ganhos devem desacelerar. Felipe Volcato Ruppenthal, da corretora Geração Futuro, explica que o risco da companhia vem aumentando nos últimos meses em função não apenas da concorrência mais agressiva citada por Dias, mas também pela proliferação de outras tecnologias de pagamento, como transferências por celular e cartões pré-pagos. ?No entanto, a Cielo continua sendo uma empresa promissora, já que não precisa de muito capital, possui forte geração de caixa e uma excelente capilaridade em um mercado ainda em crescimento?, diz Ruppenthal.
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