Na contramão das críticas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. Na ata da reunião, o Comitê do Banco Central entende que a decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta. É a sétima reunião seguida em que a taxa permanece neste patamar. Veja aqui a trajetória da Selic.

O Boletim Focus mostrou melhora expressiva em todos os indicadores de 2023, com queda da inflação esperada para perto de 5% e aumento do PIB para cima de 2%. A expectativa de mercado para a Selic ao final do ano agora está em 12,25% ao ano, contra 12,50% dos relatórios anteriores.

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“Havia chance real de queda nos juros de 0,25 p.p. já na reunião dessa semana, embora a maior parte do mercado continue apostando em cortes apenas a partir de agosto. Como teremos apenas quatro reuniões do Copom no segundo semestre, isso implicaria em 2 cortes de 0,25 p.p., seguidos por outros dois de 0,50 p.p.”, avalia Reginaldo Nogueira, PhD em Economia e diretor sênior no Ibmec.

A equipe do BC vai contra a direção trazida por economistas e membros do mercado financeiro, que avaliam ser possível já reduzir a Selic em 50 pontos base, ou seja, em 0,5% ao ano.

“Comparando com outros países emergentes, temos uma taxa de juros muito alta com relação a nossa inflação atual, estamos falando de mais de 8% de uma taxa de juros real acima da inflação”, explica Gabriel Moraes, assessor de investimentos do escritório Arcani Investimentos.

Ele adiciona que a manutenção dos juros altos resulta em baixa de investimentos e menos tomadas de risco por parte dos investidores, ‘já que você pode deixar seu dinheiro rendendo no caixa a uma taxa real muito alta’, diz. “A previsão é que no mês de agosto já comece uma nova jornada de queda mais contida nos juros, diferente da alta do último período”, conclui.