18/06/2025 - 18:35
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira, 18, que decidiu aumentar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, elevando a Selic em 15% ao ano. É o patamar mais alto da Selic desde julho de 2006, quando passou de 15,25% para 14,75%.
De acordo com o comunicado, o Copom afirma que “entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”.
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A decisão difere da expectativa da maioria dos agentes do mercado, que era de manutenção da taxa, embora alguns consideravam que poderia haver um aumento de 0,25 ponto percentual nesta reunião de junho.
Ainda segundo o comunicado divulgado pelo Copom, a decisão foi unânime. Entre as justificativas para a decisão pelo aumento está a perspectiva de pressão inflacionária ainda persistente.
“As expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta, situando-se em 5,2% e 4,5%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o ano de 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,6% no cenário de referência”
O texto também aponta para o fim do ciclo de aperto monetário. “Em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado.”
Expectativa pela decisão
Pela média das projeções captadas no último boletim Focus do BC, o Copom manteria a taxa Selic no atual patamar até o final do ano, encerrando o ciclo de altas após 6 elevações consecutivas. A leitura é que a atividade econômica já começa a dar sinais de desaceleração e que a inflação também já mostrou no último mês arrefecimento. No acumulado em 12 meses até maio o IPCA desacelerou para 5,32%, abaixo dos 5,53% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Já aqueles que acreditavam em mais uma alta nos juros, citavam a persistente desancoragem das expectativas de inflação e as preocupações recentes em torno da crise no Oriente Médio, que pode colocar pressão nos preços dos combustíveis. Nesta terça-feira, o petróleo fechou em alta de 4%, após o presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizar que o país poderá se envolver na guerra entre Israel e Irã.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Por outro lado, juros elevados freiam a atividade econômica, encarecem o custo do crédito e aumento o gasto do governo com o pagamento de juros da dívida pública.
Apesar de ter desacelerado, a inflação segue acima do teto da meta. O centro da meta perseguida pelo Banco Central para 2025 é de um IPCA de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.