03/03/2019 - 14:34
Marcava por volta das 11 horas deste domingo quando os primeiros acordes do baile de carnaval do Cordão do Boitatá partiram do palco armado em plena Praça XV, marco histórico do Centro do Rio, para animar os foliões que acordaram cedo para pular na festa. O grupo, que desfila no carnaval do Rio desde 1997, promete muita animação para fazer a festa durar sete horas, até o fim da tarde.
O domingo é de tempo nublado no Rio, após um sábado de carnaval em que a chuva caiu praticamente o dia inteiro — na noite de sexta-feira, um temporal caiu sobre a região metropolitana e chegou a atrasar o início dos desfiles das escolas de samba da Série A, a segunda divisão da competição do carnaval carioca. Para a tarde deste domingo, a previsão é de pancadas de chuva, com possibilidade de raios e vento, segundo informe do Centro de Operações da Prefeitura do Rio.
Este é o 14º baile promovido pelo Cordão do Boitatá na Praça XV. O primeiro, 13 anos atrás, se seguiu ao desfile pelas estreitas ruas do centro histórico do Rio – nos primeiros anos do baile, os músicos subiam ao palco após desfilar, até que, já nesta década, o grupo passou a marcar os desfiles para o domingo anterior ao carnaval, separando os dois eventos.
Como todos os anos, o baile é animado ao som de sambas, marchinhas, frevos, afoxés, samba-reggaes e outros estilos musicais. Para o show deste ano, estão previstas as participações especiais das cantoras Marina Iris, Mariana Baltar e Teresa Cristina, dos cantores Moyseis Marques e Alfredo Del-Penho, além do violonista Yamandú Costa e do guitarrista Davi Moraes.
Para tornar viável o carnaval deste ano, o Boitatá lançou uma campanha de financiamento coletivo – com 697 apoiadores, conseguiu arrecadar R$ 95,2 mil brutos. O músico José Maurício Horta, um dos fundadores do Cordão do Boitatá, avaliou positivamente a campanha para financiar o carnaval deste ano.
“Foi uma surpresa super legal, numa campanha de duas semanas. É bom colocar o carnaval na rua com ajuda dessas pessoas, de forma independente”, afirmou Horta, pouco antes de o show começar.
O músico lembrou que, apesar do sucesso na arrecadação, o valor é insuficiente para arcar com a montagem do palco, a estrutura de som, gerador de energia e a equipe de apoio, entre outros gastos com a produção do baile. Geralmente, ano a ano, os integrantes do Boitatá colocam recursos próprios para fechar as contas.
No evento criado no Facebook, o grupo agradeceu ao apoio e ressaltou que ainda aceita doações. Como foi anunciado aos microfones, pouco antes de o show começar, um chapéu passará pelos foliões ao longo do dia arrecadando mais fundos.