12/05/2022 - 20:29
Um dia após confirmar o primeiro caso oficial de covid-19, a Coreia do Norte divulgou na noite desta quinta-feira (12/05), o primeiro óbito devido à doença no país. O anúncio, mais de dois anos após o início da pandemia, ocorre ao mesmo tempo em que vários países avançam o relaxamento das restrições impostas para conter o coronavírus.
Cerca de 187.800 pessoas estão atualmente em isolamento na Coreia do Norte, depois que casos de febre de origem desconhecida “se espalharam explosivamente por todo o país” desde o final de abril, informou a agência de notícias estatal KCNA.
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Mais de 350 mil pessoas tiveram febre, das quais cerca de 162 mil foram tratadas até o momento. O regime norte-coreano, porém, não especificou quantos testaram positivo para covid-19.
Pelo menos seis pessoas que apresentaram febre morreram, mas, até agora, apenas um dos casos foi atribuído à variante ômicron do coronavírus, disse a KCNA.
O líder norte-coreano Kim Jong-Un visitou o centro de comando antivírus para verificar a situação e as respostas à epedimia, depois de declarar “grave emergência de estado” e ordenar um bloqueio nacional nesta quinta-feira.
Ele disse que a propagação da febre, sobretudo na área da capital, Pyongyang, “mostra que há um ponto vulnerável no sistema de prevenção de epidemias”, informou a KCNA.
Kim destacou que a estratégia de seu regime é isolar e tratar as pessoas com febre, ao mesmo tempo em que pediu a criação de métodos e táticas de tratamento científico “em um ritmo relâmpago” e medidas de reforço para fornecer medicamentos.
A KCNA noticiou que as autoridades de saúde estão tentando organizar sistemas de teste e tratamento e visam reforçar o trabalho de desinfecção.
Recusa a vacinas
A rápida disseminação do coronavírus na Coreia do Norte evidencia o potencial de uma grande crise em um país que carece de recursos médicos, mas que recusou ajuda internacional para receber vacinas. Analistas temem que o surto possa aprofundar ainda mais a já difícil situação alimentar do país.
O regime norte-coreano afirmou diversas vezes ter conseguido empregar uma política à prova de falhas contra a doença, mantendo o coronavírus fora de seu território. Durante dois anos, o país fechou as fronteiras para visitantes e para quase todo o comércio internacional.
A medida gerou um peso ainda maior sobre uma economia que já sofria o impacto de décadas de má gestão e das sanções impostas pelo Ocidente em razão de seu programa nuclear.
Anteriormente, a Coreia do Norte rejeitou ofertas de vacinas vindas através do programa Covax da ONU, que promove a distribuição global dos imunizantes. Especula-se que o motivo da recusa seriam as exigências de monitoramento internacional do programa.
le (Reuters, AFP)