A Coreia do Norte deve retornar ao “caminho da diplomacia”, afirmou nesta segunda-feira (18) o representante do governo dos Estados Unidos para questões norte-coreanas, depois que Pyongyang executou testes de mísseis que aumentaram a tensão na península.

Desde o início do ano, a Coreia do Norte organizou mais de 10 testes de armamento, o mais recente no fim de semana, um lançamento que a imprensa estatal afirmou que vai “melhorar a eficiência do funcionamento das armas nucleares táticas”.

O alto representante dos Estados Unidos, Sung Kim, está em Seul para uma visita de cinco dias que começou com uma reunião com o colega sul-coreano Noh Kyu-duk.

Depois da reunião, os dois diplomatas condenaram de forma conjunta “as recentes ações de escalada” de Pyongyang, incluindo o que chamaram de “ao menos três lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais”.

“Concordamos com a necessidade de uma resposta contundente ao comportamento desestabilizador que observamos da DPRK”, disse Kim, ao utilizar a sigla que designa a República Popular Democrática da Coreia.

Kim reiterou que Washington ofereceu a Pyongyang a possibilidade de reunião “em qualquer lugar, sem precondições”, antes de afirmar que sue país “não fechou a porta para a diplomacia”.

“Mais uma vez faço um apelo a Pyongyang a seguir o caminho da diplomacia conosco”, declarou o diplomata americano.

Até o momento, Pyongyang rejeitou as ofertas de diálogo, por considerar as políticas de Washington “hostis”.

A viagem do emissário americano coincide com o início das manobras militares conjuntas entre Seul e Washington, que acontecem a cada ano durante nove dias. Os exercícios sempre provocaram a indignação de Pyongyang, que os considera um ensaio para uma eventual guerra.

Nos últimos anos, os exercícios conjuntos foram reduzidos, em sintonia com os esforços do presidente sul-coreano Moon Jae-in para facilitar as negociações nucleares com o Norte.

A Coreia do Norte anunciou uma moratória nos testes de armas nucleares e de longo alcance durante uma aproximação diplomática entre o líder norte-coreano Kim Jong Un e o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que foi suspensa em 2019 e está paralisada desde então.

No mês passado, a Coreia do Norte fez o primeiro lançamento de míssil balístico intercontinental desde 2017.