A Coreia do Norte afirmou ter disparado nesta segunda-feira (20) dois mísseis capazes de realizar um “ataque nuclear tático” e destruir bases aéreas inimigas, em resposta a manobras aéreas realizadas no dia anterior por seu vizinho sul-coreano com os Estados Unidos.

Pyongyang já havia disparado um de seus mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) no sábado e advertiu que mais seriam lançados.

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Após o disparo, Seul e Washington conduziram exercícios militares conjuntos diante do que consideram ameaças crescentes de Pyongyang. A Coreia do Norte vê esses exercícios como preparativos para a guerra.

A agência de notícias estatal KCNA afirmou nesta segunda-feira que o exército realizou os disparos hoje em resposta a essas manobras conjuntas.

Os lançamentos envolveram “lançadores de foguetes múltiplos supergrandes”, que são “meios táticos de ataque nuclear” poderosos o suficiente para “reduzir a cinzas” as bases aéreas inimigas, insistiu.

A irmã do líder norte-coreano Kim Jong Un alertou, por sua vez, que o país está monitorando de perto as ações conjuntas de Seul e Washington.

“A frequência com que usamos o Pacífico como campo de tiro depende das ações das forças dos EUA”, insistiu Kim Yo Jong em um comunicado divulgado pela KCNA.

As tensões entre as duas Coreias aumentaram consideravelmente nos últimos meses, depois que a Coreia do Norte defendeu no início de janeiro um aumento “exponencial” do arsenal nuclear.

Em resposta, a Coreia do Sul intensificou os exercícios militares com seu aliado americano.

– “Provocação séria” –

Os militares sul-coreanos disseram nesta segunda-feira que detectaram o lançamento de dois mísseis balísticos de curto alcance entre 07h00 e 07h11 (19h00-19h11 de domingo no horário de Brasília).

Esses lançamentos constituem uma “provocação séria que mina a paz e a estabilidade da Península Coreana”, acrescentaram.

Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul impôs novas sanções a quatro indivíduos e cinco entidades ligadas aos programas de armas de Pyongyang.

“Nosso governo deixou claro que as provocações da Coreia do Norte inevitavelmente terão um preço”, disse o ministério em comunicado.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reunirá na terça-feira para discutir a situação.

De acordo com Pyongyang, o lançamento de um ICBM no sábado foi uma manobra “surpresa” que, em sua opinião, demonstrou sua capacidade de realizar um “contra-ataque nuclear mortal”.