30/04/2015 - 12:55
No campeonato das finanças, esta quinta-feira 30 registrou um clássico disputado por três clubes: Corinthians, São Paulo e Palmeiras. O Timão saiu em primeiro lugar desses confrontos com dois de seus maiores rivais, e mostrou a tradicional raça ao superar a maior dificuldade fora de campo: a pesada dívida decorrente da construção da Arena de Itaquera.
Mesmo com o endividamento, o alvinegro encerrou 2014 com um superávit (o “lucro”) de R$ 230,6 milhões. A cifra é quase 230 vezes maior que o de 2013, quando o Corinthians lucrou R$ 1,016 milhão. Já o Palmeiras e o São Paulo terminaram o campeonato dos números no vermelho. O Verdão amargou um déficit (o “prejuízo”) de R$ 27,694 milhões, puxado, sobretudo, pelo futebol amador, que gerou perdas de R$ 20,483 milhões. A área de futebol profissional também foi deficitária, mas em escala menor: R$ 2,552 milhões.
Na lanterninha desses clássicos, o São Paulo foi o clube com o maior prejuízo entre os três: R$ 100,126 milhões. O resultado é ainda pior, quando se lembra que, no ano retrasado, o tricolor lucrou R$ 23,524 milhões. Ao contrário do Palmeiras, o clube do Morumbi viu os cofres esvaziados pela folha de pagamento dos jogadores profissionais, que custou R$ 72,152 milhões, ante R$ 62,960 milhões, em 2013.
A maior adversidade do Corinthians foi a dívida da nova arena. Somente no ano passado, ela representou um desembolso de caixa de R$ 327,6 milhões. Traduzindo: é dinheiro que saiu, de fato, da conta corrente do clube para pagar compromissos. Com isso, o clube do Parque São Jorge encerrou com apenas R$ 261 mil em caixa – menos do que o valor médio de um apartamento na capital paulista. Para se ter uma idéia, basta lembrar que apenas com o atacante Alexandre Pato, o clube deve quase R$ 7 milhões em direitos de imagem.
O Palmeiras não divulgou seu fluxo de caixa. Já o São Paulo terminou o ano com um rombo de R$ 1,940 milhão no caixa. Na prática, é como se o clube estivesse com a conta corrente no negativo. É verdade que houve um avanço em relação a 2013, quando o buraco foi de R$ 8,525 milhões. O que mais gerou desembolsos, no ano passado, foram os investimentos em contratos de atletas profissionais, que somaram pagamentos de R$ 38,813 milhões. O torneio interclubes das finanças de 2015 já começa cheio de desafios para as equipes. E, nenhum adversário é tão forte e merece ser mais respeitado, do que os credores fazendo marcação centavo a centavo.