Se os carros pudessem sonhar, certamente escolheriam ser um Porsche.? O slogan da montadora alemã traduz à perfeição o sentimento dos aficionados e colecionadores do mítico carro. A adoração é ainda maior quando se trata do modelo 911, o exemplar que imortalizou a marca. Ele é um uma lenda do automobilismo esportivo. Aos 40 anos de idade, com tudo em cima, multiplica a fama de veículo potente e elegante. O 911 cruzou as linhas de chegada, em primeiro lugar, das mais respeitadas corridas do mundo. O rali de Monte Carlo, o Paris-Dakar e as 24 Horas de Le Mans estão entre os pódios da máquina.

As vitórias criaram uma espécie de legião de fãs que dormem e acordam pensando nele. Ao redor do planeta, existem cerca de 100 mil fanáticos. ?O Porsche é como a minha escova de dente. Não vivo sem ele?, diz o colecionador Sérgio Magalhães, dono de 18 modelos da marca na garagem. Mas a sua jóia é o 911 RS, de 1973. ?É um clássico?, diz Magalhães. Há apenas 500 exemplares no mundo e 14 no Brasil. O modelo foi um dos primeiros da montadora que podiam ser usados tanto em provas de corrida como nas ruas. Tal qualidade lhe rende cobiça até hoje. Um 911 RS de 1973 é vendido, no mínimo, por US$ 120 mil. ?Em cada década, a marca faz uma série como essa?, diz Magalhães. No aniversário de quatro décadas da marca não poderia ser diferente. A montadora está lançando, na Europa, o 911 GT3 RS, um bólido que faz de 0 a 100 km/h em apenas 4,5 segundos. O modelo, que faz parte de uma série limitada de 200 unidades, só chega ao Brasil no fim do ano e começa a ser vendido na Alemanha no próximo mês, por 125 mil euros. Os preços, elevados, são resultado de uma história vitoriosa.

O primeiro 911 surgiu em 1963 para substituir o modelo 356. Na época, os engenheiros alemães apresentaram o carro no Salão de Automóveis de Frankfurt batizado com outro nome: Porsche 901. A idéia, porém, esbarrou na Peugeot. A montadora francesa já havia registrado todas as denominações de três algarismos com o zero no meio para utilizar em seus carros. O percalço não foi problema para a Porsche. Pelo contrário, o 911 tornou-se um ícone da
indústria automobilística. É cultuado, na maturidade, como
uma obra de arte de engenharia e design ? para incômodo
dos adoradores da italiana Ferrari.