A atual pandemia de SARS-CoV-2 enfatizou a vulnerabilidade das populações humanas a novas pressões virais, apesar da vasta gama de ferramentas epidemiológicas e biomédicas agora disponíveis.

Notavelmente, os genomas humanos modernos contêm informações evolutivas que remontam a dezenas de milhares de anos, o que pode ajudar a identificar os vírus que impactaram nossos ancestrais – apontando para quais vírus têm potencial futuro de pandemia.

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Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, aplicou análises evolutivas a conjuntos de dados genômicos humanos para recuperar eventos de seleção envolvendo dezenas de genes humanos que interagem com coronavírus, incluindo SARS-CoV-2, que provavelmente começou há mais de 20 mil anos. Esses eventos adaptativos foram limitados à população ancestral das populações do Leste Asiático. Várias linhas de evidência funcional suportam uma pressão seletiva viral antiga, e o Leste Asiático é a origem geográfica de várias epidemias modernas de coronavírus.

Uma corrida armamentista com um coronavírus antigo, ou com um vírus diferente que por acaso usava interações semelhantes aos coronavírus com hospedeiros humanos, pode ter ocorrido em populações ancestrais do Leste Asiático. Ao aprender mais sobre os antigos inimigos virais, o estudo destaca a promessa de informações evolutivas para prever melhor as pandemias do futuro.

Vale e ressaltar que a adaptação a epidemias virais antigas em populações humanas específicas não implica necessariamente em qualquer diferença na suscetibilidade genética entre diferentes populações humanas, e as evidências atuais apontam para um impacto esmagador de fatores socioeconômicos no caso do coronavírus.