Na sentença em que condenou o ex-deputado Pedro Corrêa a 20 anos de  prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro, o juiz Sérgio Moro  determinou que o ex-parlamentar continue preso. Pedro Corrêa cumpre  prisão preventiva desde 10 de abril, quando foi detido na 11ª fase da  Operação Lava Jato.

Segundo o magistrado, a necessidade da  prisão cautelar se justifica, entre outros motivos, pelo fato de Pedro  Corrêa “ser recorrente em escândalos criminais”. O ex-deputado já foi  condenado no processo do Mensalão por corrupção e lavagem.

“Persistiu  recebendo propina do esquema criminoso da Petrobras mesmo durante o  julgamento pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal da Ação Penal 470, o  que revela que a prisão cautelar é meio necessário para interromper seu  estilo de vida criminoso”, destacou Moro.

A sentença do  magistrado atribui a Pedro Corrêa o recebimento de pelo menos R$ 11,7  milhões em propina. Os valores teriam saído do esquema de corrupção  instalado na Petrobras, entre 2004 e 2014. O magistrado determinou o  confisco de até R$ 11,7 milhões do ex-deputado. O valor deverá ser  revertido para a Petrobras.

O juiz considerou ainda “a  gravidade em concreto dos crimes” praticados na Lava Jato, como  justificativa para a manutenção da prisão de Corrêa, e que “o condenado  estava envolvido na prática habitual, sistemática e profissional de  crimes contra a Petrobras e de lavagem de dinheiro”.

“Agrego  que, em um esquema criminoso de maxipropina e maxilavagem de dinheiro, é  imprescindível a prisão cautelar para proteção da ordem pública, seja  pela gravidade concreta dos crimes, seja para prevenir reiteração  delitiva, incluindo a prática de novos atos de lavagem do produto do  crime ainda não recuperado”, observou Moro.

Também foram  condenados o ex-chefe de gabinete do ex-deputado, Ivan Vernon Gomes  Torres Junior, e Rafael Ângulo Lopez, apontado como o “faz-tudo” do  doleiro Alberto Youssef. Como fez delação premiada, Ângulo Lopez  cumprirá pena acertada em seu acordo de colaboração.

Sérgio  Moro absolveu o filho de Pedro Corrêa, Fábio Correa de Oliveira Andrade  Neto, da imputação do crime de lavagem de dinheiro “por falta de  adequação típica”, e a nora do ex-parlamentar, Márcia Danzi Russo Correa  de Oliveira, da imputação do crime de lavagem de dinheiro “por falta de  prova suficiente de que agiu com dolo”.

Defesas

“A  sentença é fundada em presunções. E ainda que existissem provas que  pudessem gerar uma condenação, a imputação de corrupção e lavagem ao  mesmo tempo é vedada pela jurisprudência do STF. Vamos recorrer”,  informou o advogado Alexandre Loperm que defende Corrêa. Já Marlus Arns,  advogado de Ivan Vernon, disse que iria analisar a sentença após a  intimação.