25/11/2025 - 15:47
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta terça-feira, 25, a senadores que alguns pontos que chamam a atenção em casos de liquidação extrajudicial não são necessariamente problemas a serem questionados pelo regulador. Durante participação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), parlamentares questionaram a identificação de anormalidades como o crescimento discrepante do Banco Master em curto espaço de tempo.
“Você emitir CDBs a 140% não configura nenhum tipo de infração ou problema em nenhum sentido. Assim como também foi colocado aqui, eventualmente, ter fotos de acionistas ou de dirigentes frequentando festas não são, vamos dizer assim, um elemento para uma liquidação”, afirmou Galípolo.
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O que chama atenção em um processo como o do Master, conforme Galípolo, é encontrar sentido em uma instituição que está sofrendo por um problema de restrições de liquidez e vender ativos já existentes. “Ora, o problema original não era justamente a falta de liquidez? Então é raro você ver uma instituição que está sofrendo algum tipo de restrição de liquidez constituir uma carteira”, disse.
O presidente da instituição relatou que o Banco Central identificou que parte dessa carteira de crédito que estava sendo transacionada chegou de maneiras insuficientes. E, ao fazer os testes, a partir de uma amostragem, o BC também não encontrou evidências que poderiam corroborar que a carteira existia e que aquelas operações, efetivamente, existiam.
“A partir daí, a gente sai da esfera administrativa e de regulação e vai para uma outra esfera. Poxa, existiu, eventualmente, uma fraude, por exemplo? De quem é a responsabilidade dessa fraude? Existiu um vendedor original que vendeu para um segundo, que vendeu para um terceiro? Esse processo da investigação extrapola (o BC) porque entra numa lógica mais da esfera criminal e extrapola o que é a regulação, o quintal do Banco Central”, explicou. Por isso, de acordo com ele, a autoridade monetária, desde o início, informa e comunica através da notícia de fato o Ministério Público.
Galípolo afirmou que todos “os bancos são instituições falíveis” e que a instituição cumpriu todos os passos legais demandados no processo que resultou na liquidação do Banco Master. “Quem tem que identificar e identificou [o problema com o Master] foi o Banco Central”.
Com informações da Agência Senado
