Na nota publicada na noite de sexta-feira, 20, as cotações de câmbio do segundo parágrafo estavam incorretas. Segue abaixo o texto corrigido.

O dólar não fixou tendência ante moedas fortes e de países emergentes na sessão de sexta-feira, 20, sendo influenciado por comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed), do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco do Japão (BoJ). Dados de inflação no atacado da Alemanha e do varejo no Reino Unido também contribuíram para a volatilidade do euro e a libra.

Ao fim da tarde, o dólar subia a 129,59 ienes, o euro avançava a US$ 1,0858 e a libra tinha alta a US$ 1,2399. O índice DXY caiu 0,05%, aos 102,012 pontos. Na variação semanal, a queda foi de 0,19%.

O dólar se desvalorizou ante moedas fortes após falas do diretor do Fed Christopher Waller em evento em Nova York. O dirigente afirmou que sente que os EUA conseguirão reduzir a inflação sem um impacto significativo sobre o emprego e defendeu aumentos menos intensos nos juros americanos.

Segundo análise de George Vessey, da Convera, é provável que o pico do dólar tenha ficado para trás e, na ausência de algum evento “cisne negro”, que pegue os mercados de surpresa, é improvável que a moeda retorne às máximas cíclicas.

O dólar, entretanto, operou em alta em relação ao iene, que se desvalorizou após o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, afirmar na sexta, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, que pretende atingir a meta de inflação sem mudar a política expansionista.

Já o euro avançou com melhora de sentimento na União Europeia após a queda dos preços do gás e com a reabertura da China, segundo a Convera. “Embora isso ofereça algum fôlego para o BCE, a ata da instituição mostra que a atenção está se voltando para as pressões de preços subjacentes”, destaca análise.

Também na sexta, a presidente do BCE, Christine Lagarde, reafirmou, em painel em Davos, que pretende manter o curso de altas de juros na zona do euro, na expectativa de controlar a inflação. Apesar de o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da Alemanha ter apontado desaceleração na inflação anual, analistas do Commerzbank destacam que os fortes aumentos salariais estão criando a próxima onda de alta dos custos, que seria “iminente”.

Já a libra subiu em relação ao dólar, mas operou em baixa em relação ao euro, reagindo a dados do varejo britânico piores do que o esperado pelo mercado. Segundo a Convera, a moeda também reagiu à perspectivas de recessão no Reino Unido, que fará com que o Banco da Inglaterra (BoE) seja cauteloso nas suas altas de juros.