A Rússia e Ucrânia concordaram em montar um corredor de fuga para os civis, mas ainda não há detalhes de como vão funcionar.

“As partes chegaram a um entendimento sobre a criação conjunta de corredores humanitários com um cessar-fogo temporário”, disse o conselheiro presidencial da Ucrânia Mykhailo Podolyak, após segunda rodada de negociações entre os países, nesta quinta-feira (3).

A medida foi usada no conflito na Síria, em 2016, porém organizações internacionais, a Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos alertaram que a retirada da população de algumas regiões poderia deixá-las mais vulneráveis.

Na Ucrânia, deixar as áreas vazias pode facilitar o deslocamento de tropas e a ocupação militar russas. “Por exemplo, no conflito entre forças congolesas e rebeldes em 2008, na província de Nord Kivu, na República Democrática do Congo, corredores humanitários instituídos pelas forças de manutenção da Paz da ONU, em parceria com os beligerantes, foram acusados de facilitar o acesso a armamentos na região”, disse Lucas Carlos Lima, professor de direito internacional da Universidade Federal de Minas Gerais, ao portal Uol.

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Mais de um milhão de habitantes, de 44 milhões, deixaram a Ucrânia. O governo em Kiev calculava cerca de 2.000 civis mortos até quarta-feira (2), segundo o jornal Folha de São Paulo.

Nesta quinta-feira (3), o sul da Ucrânia amanheceu sob bombardeio. Por volta de 17 horas (horário de Brasília, 22h em Kiev), sirenes foram ouvidas em diversas regiões —Khmelnytsky, Vasylkiv, Sloviansk, Rivne, Ternopil, Volyn, Vinnytsia, Zhytomyr, Chernihiv e Lviv.

A capital Kiev permanece em tensão. Um comboio com mais de 60 km de veículos militares russo se aproxima lentamente do município, que tem 3 milhões de habitantes.