A Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo indiciou nessa quinta-feira, 30, dez policiais militares presos por suspeita de participação no assassinato de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, o delator do PCC. No total, 17 PMs foram presos no dia 16 de janeiro deste ano. De acordo com as investigações, os agentes têm envolvimento com o crime organizado.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, o Inquérito Policial Militar (IPM) segue em andamento sob segredo de Justiça, razão pela qual mais informações serão preservadas. “A Polícia Militar ressalta que não tolera desvios de conduta e pune com severidade todos os agentes que transgridam a lei.”

Dos 17 PMs presos, três são acusados diretamente de matar o delator enquanto outros 14 fariam a escolta do empresário. Todos os agentes eram da ativa e alvos de investigação por ligações com o crime organizado. As prisões foram deflagradas a partir de uma investigação feita pela própria Corregedoria da Polícia Militar.

A Polícia Civil também acredita que uma parte dos policiais que fazia a escolta de Gritzbach está envolvida no assassinato. A suspeita recai sobre o grupo por conta do suposto defeito que a Amarok de Gritzbach teve no dia do crime. O veículo era usado para a segurança pessoal do delator. O problema teria sido simulado ou o carro, sabotado.

Gritzbach foi executado no dia 8 de novembro de 2024, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana. Ele estava no centro de uma das maiores investigações feitas até hoje sobre a lavagem de dinheiro do PCC em São Paulo, envolvendo os negócios da facção na região do Tatuapé, zona leste paulistana.

Segundo apurado pelo Estadão, os policiais militares envolvidos no crime foram contratados por Ademir Pereira de Andrade e Emílio Carlos Castilho, o Cigarreiro, ambos traficantes da facção. O PCC teria oferecido R$ 3 milhões pela morte do delator.