12/11/2025 - 15:09
Os Correios apresentaram ao Tribunal de Contas da União (TCU) o planejamento para a reestruturação da empresa estatal, que prevê, entre outras medidas, operação de crédito no valor de R$ 20 bilhões, a ser obtido com bancos públicos e privados, com garantia do Tesouro Nacional – condicionada a medidas para sanear a gestão da estatal.
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A reunião, ocorrida na semana passada, foi solicitada pelo presidente dos Correios, Emmanoel Schmidt Rondon, que está no cargo desde meados de setembro. O tema faz parte da Lista de Alto Risco do TCU, e por isso tem recebido acompanhamento prioritário da corte de contas, dada a gravidade e relevância do assunto.
As unidades técnicas do TCU deverão acompanhar a execução do plano e a participação do governo federal na operação de crédito prevista, incluindo o eventual envolvimento de bancos públicos. “O objetivo é assegurar que as medidas adotadas estejam em conformidade com a legislação e que os recursos sejam aplicados de forma eficiente e transparente”, informou o tribunal.
Os Correios registraram prejuízo de R$ 4,37 bilhões nos dois primeiros trimestres de 2025, que se somam a resultados negativos que ocorreram desde 2022, mas que foram agravados na administração atual.
Maior crédito dos últimos 15 anos
O empréstimo buscado para a empresa estatal é maior do que qualquer outra garantia concedida pela União para estatais, Estados e municípios nos últimos 15 anos. De 2010 a 2025, o Tesouro foi avalista de 767 empréstimos internos (concedidos por instituições financeiras do Brasil) para Estados, municípios e estatais. Essas operações financiaram diferentes planos de investimentos e socorros financeiros.
No mesmo período, foram 407 operações externas, ou seja, com instituições estrangeiras. Nenhum dos empréstimos chegou a R$ 20 bilhões. O Estadão/Broadcast levantou as informações com dados da Secretaria do Tesouro Nacional.
Além do empréstimo, o plano de reestruturação inclui a implementação de um novo Programa de Desligamento Voluntário (PDV), além da promessa de venda de imóveis da estatal que hoje estão ociosos e que geram custos de manutenção.
