24/02/2025 - 17:12
Segundo o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, a estatal deve colocar no ar seu marketplace ainda no primeiro semestre de 2025. A marca e o nome do site ainda não foram definidos, todavia o presidente da companhia sinaliza que o projeto está bem avançado.
+Rombo bilionário dos Correios representa 50% do déficit de estatais em 2024
Segundo Fabiano, há ‘diálogos avançados’ com grandes empresas do varejo, que poderão poderão colocar seus produtos à venda na plataforma de comércio eletrônico dos Correios.
“O objetivo do nosso marketplace, do nosso site de vendas, é possibilitarmos um maior acesso à população brasileira. Hoje no Brasil, acho que temos cerca de 25% do nosso comércio em via eletrônica. Então a ideia é que aproveitamos a capilaridade que os Correios tem, essa grande penetração que temos na sociedade”, disse à IstoÉ Dinheiro o presidente da estatal.
O presidente da companhia não adiantou nenhum nome, mas explicou que o marketplace dos Correios deve ter um endereço digital totalmente novo – ‘um site novo, com nome novo’, e que os produtos anunciados na plataforma terá entregas feitas exclusivamente pela estatal. Com isso, os Correios serão remunerados não com uma comissão nas vendas como também pela entrega.
No comércio eletrônico, os marketplaces são as plataformas virtuais onde diferentes vendedores, incluindo terceiros, oferecem seus produtos. O modelo hoje é adotado inclusive pelas gigantes do setor como Mercado Livre e Magazine Luiza.
“Os grandes players [empresas do varejo] também são clientes nossos, então entramos no mercado de uma forma muito respeitosa. Sabemos que tem espaço no mercado para todas as empresas, e certamente entramos sendo competitivos. Vamos entrar com uma marca que é muito importante: a dos Correios. Os Correios do Brasil.”
A ideia é oferecer também uma vitrine para pequenos varejistas e empreendedores. “Estamos com o trabalho bem avançado, e queremos colocar também o pequeno empreendedor. As pessoas que estão empreendendo no país vão poder anunciar no site dos Correios e vão poder ter essa grande janela de visibilidade que é os Correios”, completa.
Correios busca novas fontes de receita
A empresa tem investido na diversificação, segundo Fabiano, deixando de ser uma empresa limitada somente a entregas e serviços postais. Essas duas verticais devem seguir sendo as maiores fontes de receita, todavia a empresa mira levantar recursos com outras operações, como operações logísticas – que tem multiplicado de tamanho nos últimos meses, segundo relata o executivo.
O presidente da estatal admite que o ano de 2024 foi difícil e relata que a empresa quer ‘promover a transformação’.
Dados divulgados pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI) no fim de janeiro mostram que no acumulado de 2024 o prejuízo dos Correios foi de R$ 2,13 bilhões, que somado aos mais de R$ 830 milhões de investimentos, acarretou em um déficit de R$ 3,2 bilhões. A cifra representa praticamente metade do déficit das estatais, que foi de R$ 6,3 bilhões em 2024.