Relatório do Itaú divulgado nesta segunda-feira, 11, estima que o ajuste das despesas do governo deve passar por um corte de R$ 60 bilhões, considerando R$ 25 bilhões em 2025 e R$ 35 bilhões em 2026, “para que haja uma maior confiança na sustentabilidade do arcabouço fiscal e subsequente queda da percepção de risco”.

+ Política fiscal está frouxa e custo está sendo altíssimo, diz ex-diretor do BC

“A arrecadação tem se mostrado forte, mas os riscos fiscais continuam elevados, considerando a percepção de que as despesas obrigatórias crescendo acima do limite do arcabouço fiscal impedirão seu cumprimento até 2026 e a dificuldade em obter uma trajetória de convergência de resultados primários”, diz o documento.

Nas últimas semanas, o cenário econômico doméstico tem sido marcado pela expectativa de medidas fiscais a serem anunciadas pelo governo. Nesta segunda-feira, o Banco Central divulgou que a dívida bruta do Brasil ficou abaixo do esperado em setembro, registrando a primeira queda depois de 14 meses seguidos de alta.

Apesar de fechar o mês com proporção em relação ao PIB um pouco abaixo que o mês anterior, de 78,5% para 78,3%, o percentual próximo aos 80% ainda é considerado alto em comparação a outros mercados emergentes, e segue provocando preocupações fiscais no mercado, que aumenta seu receio se o governo vai conseguir melhorar as contas em meio ao crescimento com os gastos obrigatórios.