Por Daniel Trotta

(Reuters) – A mais alta corte do Estado de Nova York permitiu que o ex-produtor de cinema Harvey Weinstein recorra de sua condenação por estupro e agressão sexual, oferecendo a Weinstein uma chance remota de ganhar um novo julgamento.

A juíza Janet DiFiore “concedeu permissão para apelar” em 19 de agosto, escreveu o tribunal em uma carta datada de segunda-feira que foi enviada aos advogados de Weinstein e revisada pela Reuters na quarta-feira.

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A carta não detalhou quais motivos podem ter levado à decisão e não tem relação com outras acusações de estupro contra ele na Califórnia.

Ao pesar os argumentos dos advogados de Weinstein e promotores, o tribunal pode manter a condenação ou ordenar um novo julgamento. Em junho passado, um tribunal de apelação manteve a condenação, rejeitando os argumentos de que o juiz de Manhattan cometeu vários erros que mancharam o julgamento.

A chance de um novo julgamento é difícil, mas Weinstein ficou “aliviado com essa decisão”, disse um de seus advogados, Arthur Aidala, depois de falar com seu cliente na prisão.

“Ele está esperançoso de que o tribunal vai descobrir que ele não recebeu um julgamento justo e reverter sua condenação. E, como ele tem feito consistentemente, manteve sua inocência”, disse Aidala.

Weinstein, de 70 anos, que produziu filmes como “Pulp Fiction: Tempo de Violência”, “Shakespeare Apaixonado” e “Gangues de Nova York”, tornou-se um dos alvos mais proeminentes dos movimentos #MeToo e #TimesUp que alegavam abuso sexual no mais alto nível dos setores corporativo, de entretenimento e mídia nos Estados Unidos.

Em fevereiro de 2020, um júri de Manhattan considerou Weinstein culpado de estuprar uma ex-aspirante a atriz e agredir sexualmente uma assistente de produção. Um juiz o condenou a 23 anos de prisão.

Weinstein está preso na Califórnia, onde foi extraditado no ano passado e aguarda julgamento por 11 acusações de má conduta contra cinco mulheres entre 2004 e 2013. Weinstein se declarou inocente das acusações de estupro e agressão sexual em Los Angeles.

(Reportagem de Daniel Trotta)

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