A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta terça-feira (22), o uso temporário e emergencial de duas vacinas bivalentes contra Covid-19 da empresa Pfizer. As vacinas aprovadas são para uso como dose de reforço na população a partir de 12 anos. Com a aprovação da Anvisa, as vacinas já podem ser usadas no Brasil, porém o Ministério da Saúde ainda não informou se negociou com a Pfizer a compra das doses do imunizante bivalente.

As vacinas bivalentes oferecem proteção contra mais de uma cepa de um vírus. A Bivalente BA1 protege contra a variante original e a variante Ômicron BA1. A Bivalente BA4/BA5 protege contra a variante original e a variante Ômicron BA4/BA5.  

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Segundo a diretora relatora da Anvisa, Meiruze Freitas, o objetivo do reforço com a vacina bivalente é expandir a resposta imune específica à variante Ômicron e melhorar a proteção da população “Entretanto, as pessoas, principalmente os grupos de maior risco, não devem atrasar sua vacinação de dose de reforço já planejada para esperar o acesso à vacina bivalente, pois todas as vacinas de reforço aprovadas ajudam a melhorar a proteção contra casos graves e morte por Covid-19”, afirma a diretora. 

A vacina bivalente é uma versão atualizada da vacina inicial monovalente contra a Covid-19. A monovalente tem apenas fragmentos do vírus Sars-CoV-2 original e a bivalente tem fragmentos do vírus original atualizada com fragmentos da variante Ômicron. Os Estados Unidos, a Europa e o Canadá já utilizam a vacina bivalente e ela mostrou uma resposta imune cerca de 50% maior do que a da monovalente.

“A vacina com resposta imune melhor é importante contra as formas graves da doença. Atualmente, no mundo, há uma maior circulação da variante Ômicron em relação a variante original. Não é novidade fazer atualização de vacinas. A vacina contra a Covid-19 já tem três anos e sua eficácia vai diminuindo, mas isso não significa que ela não é boa, apenas precisa ser atualizada”, explica a infectologista Ana Helena Germoglio.

De acordo com a médica, não há um calendário vacinal contra a Covid-19 por ser uma doença sem sazonalidade. “O que sabemos é que quanto mais atualizada a vacina, melhor”, completa a infectologista.

Não há previsão da chegada da vacina bivalente no Brasil, mas o presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, acredita que a vacinação contra a Covid-19 do ano que vem deve ser com o imunizante atualizado.

“É preciso continuar com as vacinas atuais contra as formas leves e graves da doença, é uma garantia de evitarmos complicações, evoluções para hospitalizações e óbitos. Também é importante terminar o esquema vacinal, é inadmissível ainda termos pessoas imunizadas com menos de três doses. Acima de 12 anos, todos têm de ter, no mínimo, três doses e a quarta dose acima dos 18 anos. Contra a Ômicron, ter duas doses somente, significa não estar protegido”, alerta Kfouri.