01/07/2022 - 3:36
Foi detectado pela primeira vez um caso de transmissão de Covid-19 de um gato para um ser humano, segundo o ‘La Vanguardia’. Em 8 de agosto de 2021, uma ambulância percorreu 900 quilômetros para levar dois homens, pai e filho, ao Hospital Universitário Prince of Songhkla, no sul da Tailândia, porque não havia camas disponíveis em Bangkok.
Segundo o jornal, os profissionais levaram também o gato de ambos para o hospital veterinário da mesma universidade para que um veterinário e dois colegas pudessem examiná-lo.
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Os três veterinários estavam usando luvas e uma máscara N95, embora sem óculos e o gato estava sedado quando o examinaram, tendo passado as oito horas de ambulância dormindo.
Contudo, enquanto a veterinária recolhia uma das amostras, o gato espirrou para o seu rosto. Dois dias depois, foi confirmado por PCR que o gato estava infectado com Covid-19 e em sete dias a veterinária deu entrada no hospital com sintomas, acabando por testar também positivo.
Em 15 de agosto, os donos, a veterinária e o gato já estavam internados e em isolamento no hospital universitário Songkhla. Os outros dois colegas que estiveram na consulta tiveram resultado negativo.
Após os testes de sequenciamento de RNA do vírus para o qual o pai, filho, gato e a veterinária deram positivo, as análises determinaram que era o mesmo. “A cadeia de transmissão de infeções por SARS-CoV-2 neste grupo provavelmente começou em Bangkok”, explica o relatório, publicado na revista Emerging Infectious Diseases.
“A hipótese de transmissão do espirro do gato deve-se a esse encontro breve, mas muito próximo […], uma vez que a amostra nasal obtida do gato sugere que a carga viral era alta e infeciosa. Como a paciente estava a usar uma máscara N95 sem proteção facial ou óculos de proteção, a sua superfície ocular exposta era vulnerável à infeção por gotículas expelidas pelo gato”, acrescenta.
O relatório sublinha ainda: “Esta infeção destaca o potencial de transmissão ocular e a importância de usar óculos de proteção ou protetores faciais, além de uma máscara, durante interações de curto alcance com pessoas ou animais de alto risco”.