09/06/2022 - 18:29
A volta do aumento de casos de Covid-19 fez surgir novas dúvidas sobre a doença e a transmissão do vírus. Após a vacinação e a suspensão da obrigatoriedade do uso de máscaras, as pessoas questionam se há mudanças em relação a infecção e os sintomas da doença. O médico e CEO da MKM Biotech, Carlos Zago, esclarece algumas dúvidas:
1.Quanto tempo o vírus da Covid fica no corpo? É diferente para algumas pessoas?
No geral, o vírus da Covid-19 pode permanecer de 2 a 14 dias no corpo. Esse é o intervalo para que o sistema imune responda à presença do vírus, levando à sintomas como febre, tosse, dificuldade para respirar, fadiga, calafrios, dores pelo corpo, dor de cabeça ou garganta, congestão nasal, perda de olfato e paladar, náuseas e diarreia.
Para a maioria das pessoas, os sintomas são de leves a moderados, aproximadamente 8 em cada 10 casos. Já outras desenvolvem uma forma mais severa. Os fatores que levam aos quadros mais graves não são totalmente conhecidos, mas existem alguns bem descritos, como idade avançada, presença de comorbidades e imunossupressão.
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2. Em qual período o vírus é transmitido?
O período varia para cada pessoa e depende da gravidade dos sintomas que ela desenvolve. Em crianças e adultos com sintomas leves, a transmissão cai significativamente depois do quinto dia de sintomas. Se a pessoa não tiver sintomas, o quinto dia deve ser contado a partir do primeiro teste positivo.
Pessoas com sintomas moderados e graves podem transmitir o vírus por cerca de 10 a 20 dias após o início dos sintomas.
Já imunossuprimidos também podem transmitir por 20 dias ou mais. Nesses casos, é necessária a avaliação de um médico especialista para determinar a segurança em se encerrar o isolamento.
Vale ressaltar que uma vez recuperado dos sintomas, amostras do coronavírus podem ser detectadas no trato respiratório por até 3 meses. Porém elas não apresentam capacidade de replicação e dificilmente causam novas infecções.
3.E para quem já teve a doença, o que muda?
Cada pessoa responde de um jeito. É sabido que as novas variantes como a Ômicron tem uma maior capacidade de infectar pessoas imunizadas ou que já tiveram uma infecção prévia.
Porém, há uma tendência, nesses casos, dessas pessoas desenvolverem sintomas mais leves. Obviamente, grupos de risco têm mais chance de desenvolver formas severas, mesmo numa reinfecção.
4.Qual é a orientação para quem já tomou a vacina?
A vacina tem o papel de preparar o sistema imunológico para sair vitorioso num embate contra o vírus. Isso não significa que o vírus deixará de entrar em contato com nosso corpo, ou seja, a doença pode se desenvolver e até causar sintomas, porém o corpo poderá realizar o combate de forma mais rápida e efetiva, evitando formas mais severas.
5.Em caso de sintomas, qual teste devo fazer?
Cada teste tem uma finalidade. Os testes que detectam a presença do DNA do vírus (o RT-PCR) são os mais sensíveis, mas necessitam de uma estrutura de laboratório para que possam ser realizados. Devido a isso, no caso de um surto, o grande número de exames pode fazer com que se leve dias para a entrega dos resultados, algo que é muito frustrante para a maioria dos pacientes.
Os testes rápidos ou de antígeno identificam componentes da membrana do vírus e, apesar de não terem o mesmo grau de precisão, podem ser realizados praticamente em qualquer lugar (observando-se medidas de higiene), possibilitando diagnósticos e isolamentos rápidos. Então cada exame tem o seu valor para nos ajudar a combater a Covid-19.