04/03/2022 - 22:57
A variante Ômicron da Covid-19 é pelo menos 40% mais mortal do que a gripe sazonal, segundo cientistas japoneses, que destacam o perigo de suspender as restrições pandêmicas muito rapidamente e subestimar os riscos do vírus.
A taxa de mortalidade de casos de Ômicron no Japão, com base no acumulado de mortes e no número de infecções desde janeiro, foi de cerca de 0,13%, de acordo com uma análise de cientistas que aconselham o ministro da Saúde do país. Embora este número seja significativamente menor do que a taxa de mortalidade de 4,25% do início do surto, ainda é maior do que os 0,006% a 0,09% observados com a gripe sazonal.
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Países ao redor do mundo têm começado a aliviar as medidas de segurança, pressionando pela volta da vida normal. O público cansado das restrições junto com a gravidade reduzida da Ômicron fez muitas pessoas pensarem que as regras já não eram essenciais.
Embora o Japão não tenha abolido formalmente as restrições, está reduzindo as regras nas fronteiras e os períodos de quarentena para viajantes, trabalhadores essenciais e contatos próximos de casos positivos, de forma a manter a economia em funcionamento.
O declínio na mortalidade com a Ômicron pode refletir tanto a infecção reduzida da variante – principalmente em comparação com a delta – como os benefícios da vacinação, segundo a equipe de cientistas.
As descobertas mostram a importância de implementar medidas de controle, antes que as vacinas sejam totalmente distribuídas, apontaram os autores da pesquisa.
Contudo, ainda são necessários mais estudos para determinar o impacto da flexibilização quando todas as restrições forem retiradas, disse Takaji Wakita, presidente do conselho consultivo do Ministério da Saúde, na apresentação dos dados. Isto porque, explicou, as informações atuais foram obtidas quando a maioria das restrições à pandemia ainda estava em vigor.
O estudo, que não foi revisto por pares ou publicado numa revista médica, tem várias limitações, incluindo diferenças na maneira como os dados foram recolhidos, o que dificulta as comparações cruzadas, sublinhou Wakita. “Ainda assim, há uma diferença considerável na mortalidade”, embora a chegada da Ômicron tenha diminuído a diferença entre o Covid e a gripe, acrescentou.