27/01/2022 - 0:27
O primeiro teste médico do mundo autorizado a expor deliberadamente os participantes ao SARS-CoV-2 está procurando mais voluntários à medida que intensifica os esforços para ajudar a desenvolver vacinas melhores. O teste de Universidade de Oxford foi lançado em abril de 2021, três meses depois de a Grã-Bretanha se ter tornado o primeiro país a aprovar os chamados ‘challenge trials’ em humanos que envolvem a Covid-19.
A sua primeira fase, ainda em andamento, se concentrou em descobrir a quantidade do vírus necessário para desencadear uma infecção, enquanto a segunda fase terá como objetivo determinar a resposta necessária para evitar uma infecção, segundo revelou a universidade em comunicado esta semana.
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Os especialistas estão perto de estabelecer qual a infecção pelo coronavírus mais fraca possível que permita que metade das pessoas expostas estejam assintomáticas ou com sintomas leves. Por isso, pretendem expor voluntários – todos previamente infectados ou vacinados – a uma dose da variante original do SARS-CoV-2 para determinar quais os níveis de anticorpos ou células T imunes são necessários para evitar uma infecção.
“Esta é a resposta imune que precisamos para induzir numa nova vacina”, apontou Helen McShane, professora de vacinologia da Universidade de Oxford e pesquisadora-chefe do estudo, que garantiu que as descobertas do estudo ajudarão a tornar o desenvolvimento futuro de vacinas muito mais rápido e eficiente.
Imunologistas de todo o mundo têm procurado identificar a reação imunológica que uma vacina deve produzir para se proteger contra a doença, conhecida como ‘correlato de proteção’. Uma vez descoberta, a necessidade de testes de vacinas em massa é bastante reduzida. Os cientistas usaram ‘testes de desafio’ em humanos durante décadas para desenvolver tratamentos contra muitas doenças infeciosas, mas esta é a primeira pesquisa conhecida sobre a Covid-19.
Para participar, é necessário ser saudável e com uma idade entre os 18 e 30 anos, que ficarão em quarentena por pelo menos 17 dias. Quem desenvolver sintomas receberá o tratamento com anticorpos monoclonais ‘Ronapreve’ de Regeneron.