12/07/2022 - 17:57
O período de imunidade para pessoas que foram infectadas pela Covid-19 está diminuindo e a culpa pode ser das variantes que não param de surgir com o passar dos meses.
Em uma coletiva de imprensa na Casa Branca, nesta terça-feira (12), Anthony Fauci, principal autoridade sobre Covid-19 nesses tempos de pandemia, explicou que a subvariante BA.5 consegue reinfectar as pessoas com muito mais sucesso do que variantes mais antigas.
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“Toda variante tem um pouco mais de vantagem transmissiva sob a anterior”, disse o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas. Segundo ele, a proteção de quem já foi infectado pela Covid é praticamente nula quando o assunto são as subvariantes BA.4 ou a BA.5.
Neste momento, algumas subvariantes da ômicron estão ganhando força no Brasil e no mundo: a BA.2.75 e a BA.5.2.1 (forte na Índia e na China) são as mais registradas pelos centro médicos. Graças ao alcance das vacinas, os efeitos dessas infecções são percebidos sempre como uma “gripe forte”, fazendo com que o caso de internados esteja em relativo controle e o número de mortos por Covid, ainda que um dado triste, não replique os mesmos índices de 1 ano atrás.
“São subvariantes que tem como característica uma capacidade muito maior de transmissão”, disse a infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Raquel Stucchi. “Felizmente, as vacinas, mesmo as que existem hoje e que foram concebidas para a cepa original de Wuhan [China], ainda conseguem diminuir o risco de evolução grave da doença”, completou.
Janela de infecção cada vez menor
E a “janela de imunidade” fica como nesse debate? A comunidade científica avaliava inicialmente que o período de reinfecção por Covid poderia durar até 6 meses o que, com o potencial da vacina, ajudaria a proteger ainda mais as pessoas. Essa certeza, porém, mudou com o surgimento e fortalecimento das variantes.
Os vírus, quando invadem nosso corpo, usam nossas células para se reproduzir e criar cópias da sua própria estrutura celular. Atingido, o sistema imunológico ativa os linfócitos T e coordena um ataque contra o patógeno, matando as células infectadas. Depois, o organismo ativa os linfócitos B, criando anticorpos para evitar novas infecções pelo mesmo vírus e proteger a pessoa contra doenças semelhantes no futuro.
Esse processo interno do corpo é reproduzido pelas vacinas, que injetam vírus no nosso organismo, porém em doses controladas, para que o corpo não padeça e se fortaleça contra a doença que está circulando na sociedade.
Com o fortalecimento das variantes, essa janela está encurtando e cada vez mais casos de reinfecção em um período de semanas estão aparecendo. Raquel Stucchi comenta que já tratou de casos em que as pessoas pegaram covid por duas vezes em intervalos menores do que 30 dias.
“As pessoas que tiveram Covid recentemente, devem procurar, assim que completar 30 dias, fazer a sua dose de reforço. Quando houver aglomeração, elas devem usar máscaras, porque as reinfecções com as subvariantes tem sido frequentes em intervalos cada vez mais curtos”, disse a infectologista.
Quais são os sintomas mais comum dos reinfectados?
Os quadros de gripe forte são os mais frequentes. Stucchi diz, no entanto, que muitas pessoas seguem sintomáticas, com muita fadiga. Outro ponto que retornou é a falta de olfato e paladar, ainda que mais fracos do que na variante Gama.