21/03/2022 - 22:53
As vacinas disponíveis no mercado foram baseadas em tecnologias diferentes, em vetor viral (Janssen e AstraZeneca) e em RNA (Moderna e BioNTech/Pfizer). Mais recentemente foi aprovada no final de 2021, uma nova vacina da norte-americana Novavax denominada por Nuvaxovid, baseada na proteína ‘spike’. No Canadá, além destas vacinas, a agência de medicamentos aprovou a primeira vacina contra a covid-19 gerada de plantas, que é baseada também na proteína ‘spike’, a Covifenz, da biofarmacêutica Medicago, sediada no Quebeque.
De acordo com Mario, a vacina desenvolvida por ele é diferente das utilizadas hoje em dia, baseadas em material genético, que instruem as as células a gerar a tão famosa glicoproteína ‘spike’. Uma é composta por essa própria proteína, mas gerada no laboratório e semelhante a outras vacinas à base de proteínas já existentes contra outras doenças e bem estudadas, e outro tipo de vacina é baseada no vírus inativo ou morto, outra tecnologia bem entendida, e semelhante às de proteína que não entram nas nossas células”, explicou.
“Penso que o termo ‘negacionista’ é às vezes mal utilizado e interpretado. Observando bem, muitos peritos têm questões que devem ser continuamente estudadas. A rapidez do desenvolvimento de vacinas RNA (mRNA, sigla em inglês) foi necessária e benéfica, pois vivíamos em tempos de guerra contra o micróbio. Mas é sempre mais eficaz educar do que forçar”, destacou.
Em 2014, Mário Monteiro foi distinguido pela organização britânica vaccinations.org em colaboração com a World Vaccine Congress, como uma das 50 pessoas mais influentes em termos globais na área das vacinas, numa lista liderada por Bill Gates.
Quando o processo de produção de uma vacina pode levar décadas, o pesquisador explicou que, no caso das vacinas contra a covid-19 baseadas em RNA, “basta conhecer o genoma completo do vírus” e “os instrumentos literalmente compõem a sequência genética”.
“O maior desafio era encontrar mecanismos de introduzir o material genético nas células – um problema que foi resolvido durante os últimos anos. Mas o mais importante foram as infraestruturas e os apoios financeiros disponíveis pelas farmacêuticas, governos e também devido à aprovação rápida pelas agências de saúde”, completou.