31/01/2022 - 10:45
Cientistas da Universidade de Oxford, em pesquisa sem revisão por pares ou publicação em revista científica, apontaram à formação de lesões ocultas no pulmão causadas pela Covid-19. Com um novo método para detectar alterações no aparelho respiratório, a tecnologia ajuda a explicar a falta de ar em pacientes que sofrem com a chamada Covid longa, nome dado aos efeitos prolongados da doença, que podem durar meses.
A nova tecnologia utiliza gás xenônio, que se comporta de maneira semelhante ao oxigênio, para realizar uma ressonância magnética. Assim, é possível visualizar e rastrear o gás durante o exame. Com isso, os cientistas analisaram como o xenônio se moveu dos pulmões à corrente sanguínea.
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Os pacientes acometidos pela Covid longa tiveram a passagem do gás de maneira menos eficaz do que observado em indivíduos saudáveis. Pacientes que necessitaram de internação para tratar a infecção causada pelo coronavírus também apresentaram a mesma disfunção.
Foram observados 11 pacientes que não precisaram de hospitalização para tratar a Covid, mas relataram falta de fôlego por tempo prolongado. Esta pesquisa foi baseada em um estudo anterior, também de cientistas de Oxford, com 12 pacientes internados com Covid. Ainda houve a comparação com a capacidade respiratória de 13 pessoas saudáveis.
A descoberta das lesões até então ocultas do pulmão podem apontar a possíveis tratamentos à Covid longa, apesar de o incômodo ser complexo e motivado por diversas variáveis.
“Esta é uma pesquisa importante e eu realmente espero que ajude a esclarecer mais sobre essa questão. É importante que as pessoas saibam que as estratégias de reabilitação e um treinamento respiratório podem ser realmente úteis”, disse a pneumologista Emily Fraser, principal autora do estudo, à BBC inglesa.