Um estudo britânico, com mais de 80 mil participantes, descobriu que os pacientes recuperados que tiveram a forma longa da covid-19 podem ter problemas cognitivos que prejudicam a memória e o raciocínio criando uma espécie de “nevoeiro mental”.

Em comparação com pessoas que não tiveram a enfermidade, a performance desses indivíduos pode ser pior do que o desempenho de quem sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) ou foi diagnosticado previamente com problemas de aprendizagem.

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Os especialistas do Imperial College e do King’s College criaram um questionário, com 16 etapas, para testar os pacientes. Cada uma delas tem o objetivo de medir uma habilidade mental, como a capacidade de fazer analogias verbais.

Os pacientes que precisaram de intubação tiveram o pior desempenho em comparação com a média, com -0,47 ponto (todos participantes tinham 0 como valor de referência). Já os pacientes que pegaram o coronavírus mas ficaram em casa, a pontuação ficou em -0,26.

O neurocientista Adam Hampshire, um dos autores da pesquisa, disse em uma publicação no seu Twitter que a associação entre a covid-19 e uma ampla gama de prejuízos à função cognitiva é preocupante. “Agora precisamos de mais pesquisas para determinar quanto tempo esses déficits duram e qual a sua explicação biológica e fisiológica”, escreveu.