O presidente da CPI dos Fundos de Pensão, deputado Efraim Filho  (DEM-PB), encaminhou ao juiz federal Sérgio Moro autorização para  realizar a oitiva do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. A ideia do  deputado é coletar o depoimento de Vaccari na primeira semana de  fevereiro, logo após o término do recesso do Legislativo.

O  ex-tesoureiro do PT foi preso em abril do ano passado sob suspeita de  participar do esquema de corrupção que desviou recursos da Petrobras.  Para integrantes da oposição na CPI dos Fundos, Vaccari, que foi diretor  da Petros (fundo de pensão dos funcionários da Petrobras), também teria  influenciado em decisões de investimentos malsucedidos feitos em  empresas públicas.

“A solicitação já foi feita ao juiz  Sérgio Moro. Decidimos isso ontem. Acredito que a única coisa que pode  impedir o Vaccari de vir é ter no mesmo dia alguma audiência com ele em  Curitiba”, afirmou Efraim Filho à reportagem. “Vamos fazer a oitiva  provavelmente na quarta-feira, 3, pela manhã. O Vaccari também foi  citado na triangulação entre o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, o  ex-presidente da OAS Leo Pinheiro e o diretor da Funcef Carlos Borges,  mostrando que ele era uma das pessoas que fazia essa ponte entre o PT e  os fundos de pensão, misturando o público com o privado”, ressaltou o  deputado.

Mesmo se confirmada a ida do ex-tesoureiro do PT à  CPI, Vaccari poderá recorrer ao direito Constitucional de não dar  declarações durante a audiência. “Sabemos das dificuldades. Mas o  silêncio dele gerará presunção de culpa, a opção é dele”, considerou  Efraim Filho.

Carnaval

Segundo o  presidente da CPI, ainda não foi definido quando será realizada a  primeira sessão deliberativa do colegiado. Em razão disso, a tendência é  que o requerimento de convocação do ministro Jaques Wagner seja  colocado em votação somente após o carnaval.

O pedido de  depoimento do ministro foi apresentado no último dia 11 por deputados de  oposição, após o jornal O Estado de S.Paulo revelar que conversas  obtidas pela Operação Lava Jato no celular de Léo Pinheiro indicam  suposta atuação de Wagner na intermediação de negócios entre a empresa e  fundos de pensão.