21/07/2023 - 8:27
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta quinta-feira, 20, que, em conjunto com o governo estadual, ficou definido que uma nova estratégia adotada em relação à Cracolândia será “não dar trégua para o traficante”, com o objetivo de reduzir o fornecimento de droga para dependentes químicos da região. A decisão ocorre após reunião de Nunes com Tarcísio de Freitas (Republicanos) e em meio às críticas sobre a possibilidade de transferência do fluxo de usuários para o Bom Retiro, ideia que o próprio governador acabou desistindo depois de anunciá-la na terça-feira, 18.
“Conversei com o Tarcísio para aprimorar ainda mais a questão da investigação, não dar trégua para o traficante. O que vai ter daqui pra frente é a mão cada vez mais forte do Estado em cima do traficante. Vamos ser implacáveis, contundentes, Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Civil Metropolitana, porque ninguém aguenta mais que uns bandidos vendedores de crack prejudiquem a vida das pessoas”, disse Nunes.
Segundo o prefeito será adotada a política de “tolerância zero com traficante”, sem centralizar as discussões sobre a Cracolândia na questão da localização do fluxo. “Eles têm uma mobilidade própria. Os traficantes manipulam essas pessoas para pressionar o poder público”, justificou.
A ideia inicial de Tarcísio era tentar aproximar os usuários de drogas do Complexo Prates, equipamento municipal que atende a população em situação de rua e também dependentes químicos, no Bom Retiro, no centro do capital. A proposta, no entanto, provocou reclamações de comerciantes da região e críticas de especialistas em segurança pública. Atualmente, a Cracolândia se concentra na região das ruas Gusmões, Vitória, Santa Ifigênia e Avenida Rio Branco, também na área central da cidade.
Na semana passada, os poderes municipal e estadual já haviam feito uma primeira tentativa de remover o fluxo do centro. Relatos de líderes sociais e profissionais de saúde apontam que a Polícia Militar, a Polícia Civil e a GCM conduziram o fluxo da rua dos Gusmões até a ponte Orestes Quércia, na Marginal do Tietê, em um caminho de cerca de três quilômetros. No final da operação, os usuários fugiram do local e retornaram ao centro.