A marca Credicard, que foi pioneira e desenvolveu o mercado de cartões de crédito no País, terá um dono só a partir de
janeiro de 2007. Na quinta-feira 7, o Citibank finalizou a compra dos 50% que ainda pertenciam ao Itaú. O preço? Nada menos que R$ 280 milhões. Um valor tão alto se justifica. Com 35 anos de vida, o nome Credicard ainda é um dos mais
respeitados e lembrados do mercado brasileiro. E, até 2004, ele era explorado por três instituições financeiras: Citibank, Itaú e Unibanco. O primeiro banco a sair do clube foi o da família Moreira Salles, que passou a investir na sua marca Unicard. Agora, foi a vez do Itaú, que também tem o seu Itaucard. Sem uma marca do Itaú, nunca se buscou investir na marca Credicard. A aposta estratégica do banco foi na processadora Orbitall, que também fazia parte da estrutura da Credicard e foi comprada por aproximadamente R$ 500 milhões. E ao contrário do Citi que criou uma estrutura separada para o Credicard-Citi, com presidente e diretoria voltados para esse negócio, para o Itaú a marca Credicard praticamente canibalizava a Itaucard. Portanto, o melhor era apostar apenas numa delas ? e o Itaucard, naturalmente, prevaleceu.

Apesar do prazo de dois anos para a troca dos seus cartões com a marca Credicard, o mercado não acredita que o Itaú utilizará todo esse período para fazer a mudança. A transição será discreta ? e rápida. O Itaú não quis se pronunciar e divulgou apenas uma nota assinada pelo vice-presidente executivo de cartão de crédito, Hélio Lima. Do lado do Citi, haverá a migração do processamento de cartões para os centros mundiais do Citigroup, no México e em Cingapura. Neste mês de dezembro, cerca de um milhão de plásticos com a marca Citibank já deixaram a Orbitall. Até o começo do segundo semestre de 2007, cerca de 3,8 milhões de Credicard-Citi tomarão o mesmo rumo. ?Após concluirmos toda a saída da Orbitall, avançaremos para o crescimento com novos produtos e serviços para o mercado?, antecipa Hector Nevarez.