O Credit Suisse, o segundo maior banco da Suíça, pagará 238 milhões de euros (cerca de 234 milhões de dólares) à França para evitar processos por lavagem de dinheiro agravada, fraude fiscal e recrutamento ilícito de clientes entre 2005 e 2012, de acordo com um acordo ratificado nesta segunda-feira (24).

Ao aceitar a multa, após acordo com a Promotoria financeira nacional, o Credit Suisse AG evita um processo na França e resolve sua disputa com a administração tributária – para a qual pagará 115 milhões de euros (113 milhões de dólares) em danos e prejuízos – e com a Promotoria, pagando uma multa de 123 milhões de euros (121 milhões de dólares).

A investigação da Promotoria financeira começou em 2016 e revelou que 5.000 clientes franceses tinham contas no Credit Suisse há anos, não declaradas à administração fiscal francesa.

Os bens ocultos chegavam a 2 bilhões de euros, recordou o presidente do tribunal, Stéphane Noël.

“O Credit Suisse não enviou nenhum extrato de conta. O recrutamento de clientes não respeitou a legislação francesa, os comerciais circulavam pela França com total discrição. Eles identificavam potenciais clientes” com “visitas a hotéis, restaurantes, nunca nas instalações oficiais do estabelecimento francês”, acrescentou.

A Promotoria financeira calculou a sanção levando em consideração fatores como “o caráter sistêmico, um longo período, a criação de ferramentas para encobrir” os procedimentos, detalhou o promotor François-Xavier Dulin. “O banco criou uma estrutura ‘offshore’ para ajudar seus clientes no desejo de não declarar certos bens à administração francesa”, ressaltou.

Mas o órgão também considerou as “medidas corretivas adotadas pelo banco, a cooperação do banco, a indenização de 115 bilhões” de euros ao Tesouro.

O banco tem prazo de um ano para pagar essa quantia.