Mais uma vez o Brasil comemora a colheita de uma supersafra de grãos. De acordo com o 4º levantamento da safra 2015/2016 divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta terça feira 12, saíram das lavouras nada menos de 210,5 milhões de produtos agrícolas, como soja, milho, arroz, sorgo, trigo e feijão, entre outros.

Trata-se de um crescimento de 1,4% em relação à safra anterior, com aumento de 2,8 milhões de toneladas. Novamente, o desempenho foi puxado pela soja, que apresentou um crescimento de 6,1%, com 102,1 milhão de toneladas, impulsionada pela forte demanda da commodity no mercado internacional. Já a área plantada atingiu 58,5 milhões de hectares, um pequeno aumento de 0,9%, na comparação com a safra anterior.

Os resultados excepcionais do agronegócio, um dos raros setores da economia a apresentar resultados positivos no último ano, evidenciam, sem dúvida, o esforço de milhões de agricultores de todos os portes espalhados pelos quatro cantos do País. São homens e mulheres, jovens e adultos dedicados a extrair da terra os alimentos que serão consumidos pela população brasileira e cujos excedentes se transformam numa bilionária fonte de divisas – nada menos de US$ 96,7 bilhões, em 2014.

No entanto, de pouco valeria todo o entusiasmo e a dedicação dos homens do campo, caso não contassem com um insumo muito especial: o crédito agrícola farto e barato. Essa verdade é comprovada pela constatação do desempenho da agricultura a partir de do ano 2000. Naquele ano, ainda no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, o volume de crédito oferecido totalizou R$ 40,3 bilhões, em valores de dezembro de 2014, resultando na produção de 100 milhões de toneladas de grãos.

Na última safra, o volume de recursos bateu na casa dos R$ 156 bilhões, quatro vezes a mais que o disponibilizado no início da década passada, enquanto a produção duplicava, numa área plantada que se expandiu apenas 54%. Ou seja, com dinheiro para aplicar em custeio e no investimento em equipamentos modernos, a agricultura brasileira obteve ganhos significativos de produtividade: da média de 2.649 quilos de grãos por hectare, em 2000, passou a 3.600 quilos, em 15 anos.

Os resultados da safra passada seguramente estão influindo de forma positiva sobre o ânimo dos produtores, que já lançaram suas sementes no campo, a partir do segundo semestre de 2015. Some-se a isso o adubo poderoso representado pelos R$ 187,7 bilhões de crédito rural definido pelo Plano Agrícola e Pecuário 2015/2016, que escapou ileso dos ajustes e cortes orçamentários executados pelo governo, e se terá a receita perfeita para a colheita de mais uma supersafra neste ano.