No lançamento do programa de crédito consignado para trabalhadores CLT, a expectativa do governo era de que as 80 instituições financeiras que já operam no consignado para beneficiários do INSS também passassem a oferecer a nova modalidade para os trabalhadores da inciativa privada.

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Mas, até o momento, os maiores bancos do país ainda participam comedidamente na modalidade. O Nubank, por exemplo, não está participando.

Não há informação oficial sobre quais instituições estão ativas na oferta do consignado CLT. A reportagem de IstoÉ Dinheiro procurou o Ministério do Trabalho para saber quais os bancos já haviam aderido ao programa para oferecer propostas. Segundo o ministério, a lista das instituições não está fechada, por isso, a pasta ainda não fará essa divulgação.

O último balanço divulgado pelo governo, no final da tarde de terça-feira, 25, apontava para 48.170 contratos de empréstimo fechados, somando mais de R$ 340,3 milhões em crédito.

Em pedido de crédito feito pela reportagem, duas instituições fizeram proposta: Agibank e Parati. Simulações feitas pelo JPMorgan nos primeiros dias do programa também apontam os dois bancos como os “mais ativos” na oferta do consignado CLT. O banco americano registra no relatório a surpresa da falta de proposta de bancos como Nubank e Inter.

Procurada, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) diz que é natural, como todo produto bancário novo, que as instituições ainda estejam em fase de testes para esse tipo de oferta, e que a expectativa é de que partir do dia 25 de abril, quando as instituições possam ofertar o produto em seus canais próprios, o volume de operações acelere até atingir sua maturidade (ver nota na íntegra abaixo).

A reportagem procurou os principais bancos do país para confirmar se estão oferecendo a modalidade e quantas ofertas foram feitas e quantos contratos fechados. Entre os grandes bancos

Caixa Econômica

O banco disse oferecer o consignado CLT com taxas entre 1,60% e 3,17% ao mês.

Banco do Brasil

O afirmou operar desde o primeiro momento na oferta do Crédito do Trabalhador e diz ter a intenção de liderar as operações pela modalidade, “incentivando a oferta de condições atrativas de crédito e o apoio financeiro aos trabalhadores”. O banco não divulgou balanço de ofertas e contratos.

Santander

O banco apenas confirmou que irá oferecer o crédito consignado privado, sem detalhar quando e a variação de taxas de juros.

Bradesco

O banco afirmou que iria verificar as informações solicitadas.

Nubank

O banco digital informou que não está oferecendo essa modalidade de crédito consignado. “Tão logo isso aconteça, iremos divulgar”.

O Itaú Unibanco não retornou o pedido da reportagem.

Veja a íntegra da nota da Febraban:

Todo produto bancário novo, e não seria diferente com uma linha de crédito consignado que tem potencial de alcançar 47 milhões de trabalhadores, leva as instituições financeiras a testarem o ambiente e a fazerem fases-piloto de oferta, inclusive aprendendo a lidar com o novo canal e sistemas operacionais do produto.

É natural, portanto, que, no início da oferta de um novo produto, com um público-alvo marcadamente heterogêneo, as instituições financeiras procurem testar o ambiente de crédito, ajustar e aprimorar seus fluxos, assim como preparar a experiência dos clientes em seus canais próprios.

Há uma expectativa de que, a partir do dia 25/04, quando as instituições possam ofertar o produto em seus canais próprios, o volume de operações acelere até atingir sua maturidade.

Sobre os aspectos operacionais, o setor público e a indústria bancária têm trabalhado sem interrupções, para, de forma conjunta, promoverem ajustes finos para garantir que a operação flua em sua máxima capacidade nas próximas semanas.