A carteira de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) deve ter crescido 0,5% em maio deste ano na comparação com abril, aponta a Pesquisa Especial de Crédito da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Em relação a maio do ano passado, a expansão deve ter sido de 11,4%, ligeiramente menor que a de abril, que foi de 11,5%.

A Febraban espera que, no comparativo mensal, o melhor desempenho seja da carteira para empresas, com crescimento de 0,7%. Nas operações com recursos livres, a alta deve ter sido de 0,5%, puxada pelo desconto de recebíveis, em uma possível antecipação aos efeitos das mudanças que o governo federal tentou fazer sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de risco sacado.

Os bancos esperam um enfraquecimento nas contratações de linhas de capital de giro, que, diferente do risco sacado, já foram afetadas pela alta do IOF em maio.

“Ainda é cedo para mensurar o impacto total dessas medidas, mas os efeitos devem seguir no nosso radar nos próximos meses, caso não haja alguma alteração na tramitação da MP no Congresso”, afirma em nota o diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, Rubens Sardenberg.

Por outro lado, a carteira PJ com recursos direcionados deve subir 1,1% em relação a abril, impulsionada por programas com aval do Tesouro, como o FGI-PEAC.

No crédito para pessoas físicas, os bancos estimam crescimento de 0,4% entre abril e maio, com alta de 0,5% na carteira livre. Neste caso, os bancos veem impacto ainda limitado do novo consignado privado. Embora tenha volumes expressivos, a nova linha tem substituído outras de juro mais caro, como o crédito pessoal, em um efeito rouba monte.

Na carteira direcionada PF, a Febraban estima alta de 0,3%, puxada pelo financiamento imobiliário.

“Os dados de maio sinalizaram um cenário de relativa estabilidade no ritmo de crescimento do crédito, que continua avançando em um patamar robusto, sustentado principalmente pelas operações com recursos direcionados, ainda fortemente impulsionadas pelos programas públicos”, diz Sardenberg.

Os bancos estimam ainda que a concessão total de crédito tenha tido crescimento de 0,8% em maio na comparação com abril, número que, ajustado pela média por dia útil, aponta uma queda de 4% em igual período. A baixa nas concessões de crédito PJ direcionado deve influenciar o dado. Em 12 meses, o crescimento da concessão com o ajuste por dias úteis deve ter sido de 12,2%.

A pesquisa da Febraban é uma espécie de prévia aos dados de crédito do Banco Central, e utiliza dados consolidados dos principais bancos do País.