17/09/2019 - 16:52
O crédito imobiliário com taxas pré-fixadas, em estudo pela Caixa Econômica Federal e também no radar de bancos privados, ainda vai demorar para sair do papel. Para que a modalidade comece a ser adotada no País, a exemplo do que acontece em outros mercados, é necessária uma regulamentação específica quanto à repactuação dos contratos ao longo da vida do financiamento.
“A grande dificuldade (da taxa pré-fixada) é como fazer com esse índice temporalmente. Não tenho taxa pré de 30 anos”, disse Leandro Diniz, diretor de Financiamentos e Empréstimos do Bradesco.
Segundo ele, seria ideal que, a cada cinco anos, os bancos pudessem fazer uma repactuação do contrato, como acontece lá fora. No entanto, para isso, é necessário regulamentação específica, uma vez que a modalidade seria bastante diferente da praticada atualmente no Brasil.
Para ele, o debate precisa primeiro evoluir entre os bancos para, na sequência, ser levado a instâncias maiores. “Essa conversa ainda não começou”, disse, reforçando que o cenário de taxa básica de juros abaixo de 6% ao ano e inflação controlada viabiliza o lançamento de linhas pré-fixadas.
A Caixa espera ter crédito imobiliário sem correção em sua prateleira em até um, no máximo, dois anos, de acordo com o presidente do banco, Pedro Guimarães.
Segundo ele, a securitização da carteira de crédito imobiliário com Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será um termômetro para avançar para uma linha sem correção. Vai depender, sobretudo, do apetite de prazo por parte dos investidores que vão comprar esses títulos, que, em primeiro lugar, serão os próprios clientes da Caixa. “Vamos testar o apetite de duração, se de dois, dez, 12 anos. Se for de 12 anos, poderemos avançar e lançar o financiamento imobiliário sem correção mais rapidamente”, afirmou.
Se o prazo for menor, afirmou, o lançamento do produto pré, ou seja, sem correção, pode ficar para depois.