07/07/2025 - 16:51
O número de emplacamentos de veículos leves cresceu 5% no primeiro semestre de 2025 ante o mesmo período do ano passado. A evolução foi de 1,07 milhão de unidades em 2024 para 1,13 milhão de unidades em 2025.
Ao analisar as vendas do varejo, ou seja, para o consumidor, os automóveis importados saltaram 15% nos primeiros seis meses do ano (para 142 mil). Entretanto, os emplacamentos de modelos nacionais decresceram 10% (para 415 mil).
Os dados foram divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), nesta segunda-feira, 7.
“O que está por trás desse dado também é um processo que pode aprofundar a desindustrialização. De perda de empregos. De menor consistência da nossa cadeia de fornecedores. Vamos acompanhar esses dados mês após mês”, disse Igor Calvet, presidente da Anfavea, associação que representa o setor, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 7.
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Anfavea x BYD
A BYD deu início à operação em sua fábrica em Camaçari (BA), no dia 1º de julho. A planta deve ser inaugurada em breve e funcionar sob o modelo SKD, com conjuntos semidesmontados, por 12 meses.
Há rumores de que a BYD pode não integrar a Anfavea, pelo menos por enquanto. A chinesa, que atualmente importa todos os seus veículos, pediu à Camex para que reduzisse tarifas para carros 100% elétricos e híbridos plug-in, para a montagem SKD e CKD (conjuntos completamente desmontados em kits).
“As forças desindustrializantes elas não prevalecerão no país. CKD e SKD é forma de desindustrialização. Viabilizar o investimento em grande volume por meio de CKD e SKD é perpetuar um movimento de baixa sofisticação tecnológica, de baixa geração de emprego. Essa é a razão de nós da Anfavea estarmos há muito tempo defendendo a não aceitação de um pleito como esse”, ressaltou Calvet.

Sobre a filiação da BYD na Anfavea, o presidente da associação afirmou que está aberto a ouvir a todos.
“Não há na Anfavea qualquer discriminação de origem de capital de quaisquer empresa…Teremos, sim, maior prazer em conversar com a BYD ou com qualquer empresa que venha para o Brasil produzir de verdade e nos ajudar.”
Durante o evento de início das operações da fábrica da BYD, a companhia afirmou que a montagem “completa e plena” dos veículos deve ocorrer em 2026. A planta vai evoluir gradualmente para uma produção nacional completa – que inclui estampagem, soldagem, pintura e aumento do conteúdo local.
A BYD também anunciou a qualificação de 106 empresas instaladas no Brasil para fornecer peças para a fábrica na Bahia. A Continental Pneus de Camaçari, vizinha da fábrica, é a primeira oficialmente homologada.