O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 20, que o crescimento do Brasil inspira cuidados, com a economia se aproximando do limite da capacidade instalada, ao mesmo tempo em que ponderou que a política monetária já está bastante restritiva, notando que um aperto excessivo pode trazer prejuízos ao controle da inflação.

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“O sucesso também gera distorções. O crescimento também inspira cuidados. A partir do momento que você vai se aproximando da utilização da capacidade instalada, você tem que pesar variáveis para saber quais as medidas você tem que tomar para que esse crescimento seja sustentável”, disse em evento do BTG Pactual.

Haddad afirmou que o país está crescendo a uma taxa de 3% e defendeu que não há razão para não crescer acima da média mundial diante de seu potencial econômico. Ele argumentou que não há solução para a economia brasileira que não passe pelo crescimento.

Questionado sobre a trajetória da política monetária do Brasil, o ministro apontou que a taxa de juros atual, a 10,50% ao ano, já é bastante “restritiva”, alertando que um aperto exagerado em um momento de potencial turbulência externa pode abortar um processo de combate à inflação pelo lado da oferta.

“Estamos começando a ter formação bruta de capital no país. De repente, se você erra na dose, você aborta esse processo de ampliação da capacidade instalada e vai ter processo inflacionário também”, disse.

Haddad afirmou, ainda, que a política fiscal precisa ajudar a política monetária, classificando-as como “braços do mesmo organismo”. Segundo o ministro, se tudo ocorrer nas contas públicas como está determinado e fixado por lei, o país deve transitar bem por 2024, 2025 e 2026.