16/12/2014 - 0:00
A terça-feira começou animada no mercado financeiro dos países emergentes. Em um movimento inesperado, o Banco da Rússia, autoridade monetária russa, elevou os juros da dívida de 10,5% para 17% ao ano. A elevação das taxas referenciais segue um movimento de alta dos juros no mercado secundário que havia começado na segunda-feira.
No entanto, a tentativa de estabilizar o rublo falhou. Após um ligeiro movimento de alta, a moeda russa desabou em relação ao dólar, perdendo 19% de seu valor em relação ao fechamento da véspera. No fim da sessão no mercado russo – fim da manhã no Brasil – um dólar comprava mais de 80 rublos, ante 68 da véspera.
A taxa dos títulos de dez anos do Tesouro russo subiu 317 pontos-base (centésimos de ponto percentual) para 16,4% ao ano, a maior taxa da história.
O que motivou a turbulência foi o temor, pelos operadores, de que o Banco da Rússia não tenha outras alternativas a não ser estabelecer controles de câmbio, reduzindo a duramente conquistada convertibilidade do rublo.
Apesar de sucessivas elevações dos juros e de intervenções do BC russo que injetaram US$ 80 bilhões no mercado desde o início do ano, a credibilidade do país vem sendo erodida devido à queda dos preços do petróleo e de sucessivas sanções internacionais devido aos ataques lançados contra a Ucrânia pelo governo de Vladimir Putin.