22/08/2025 - 15:14
A política de liberalização comercial do governo de Javier Milei, criada para conter a inflação, está gerando um forte impacto na indústria têxtil da Argentina. Empresas do setor já estão cortando empregos e reduzindo a produção para dar lugar a produtos importados, e um dos reflexos mais simbólicos dessa mudança já atinge o futebol: camisas alternativas de populares clubes argentinos receberam sinal verde para serem fabricadas no Brasil.
A medida é um sintoma de uma crise mais ampla que assusta empresários e trabalhadores. Com a abertura para importados, a competição se tornou insustentável para muitos produtores locais.
“O problema é: para onde vão as pessoas? Essa é a parte que dói quando a produção cai”, lamenta Damián Wolkowiski, dono da Blue & Yellow, uma fábrica de tecidos esportivos que já cortou pela metade sua produção e seu quadro de funcionários nos últimos dois anos.
O temor de Damián é reforçado pelos números. Com a nova política, as importações de moda na Argentina dobraram este ano. Ao mesmo tempo, as compras online de roupas ultrabaratas, especialmente de sites chineses, triplicaram, pressionando ainda mais a indústria nacional e colocando em risco milhares de empregos.