06/06/2012 - 21:00
Papéis avulsos
A notícia de que o BTG Pactual estaria negociando a compra do Cruzeiro do Sul, com intermediação do Banco Central, divulgada na quinta-feira 31, derrubou os papéis do banco especializado em crédito consignado. As ações preferenciais do Cruzeiro, dirigido por Luis Octavio Indio da Costa, caíram 25%, principalmente porque foi mencionada uma possível participação do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) no negócio. Até o fechamento desta edição, o Cruzeiro do Sul, que teve prejuízo de R$ 58 milhões no primeiro trimestre, não se pronunciou. O BTG informou que “analisa de forma constante as oportunidades do mercado”. As units do banco de investimento, que é proprietário do Panamericano, subiram 2,93%.
Palavra do analista: “O impacto para os acionistas só ficará claro quando se souber os termos do negócio”, afirma Pedro Galdi, da SLW Corretora.
Setor áereo
Mais concorrência para TAM e Gol
Mesmo com a união de Azul e Trip, anunciada na segunda-feira 28, a líder TAM e a Gol ainda controlam o mercado doméstico de aviação. Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as duas maiores do setor nacional detêm, atualmente, 39,89% e 34,81% de participação. Segundo analistas, a fusão não deve influenciar o comportamento dos papéis das duas companhias na bolsa.
Palavra do analista: para Eduardo Oliveira, da UM Investimentos, se houver qualquer impacto, deve ser em um prazo mais longo. “O mercado estará atento a essas mudanças”, afirma.
Siderurgia
Usiminas fora do MSCI
As ações ordinárias da Usiminas registraram forte queda na quinta-feira 31, último pregão antes do corte dos papéis da carteira do MSCI Brazil Index (Morgan Stanley Capital International). O anúncio da exclusão aconteceu em 16 de maio e influenciou o desempenho dos papéis, já naquele dia. No último pregão como integrantes do índice, as ações da companhia caíram 12,86%, cotadas a R$ 9,28.
Destaque no pregão
SulAmérica compra quase 85% da SulaCap
A SulAmérica comprou, na segunda-feira 28, 83,27% da SulaCap, a quarta maior empresa de capitalização do País, por R$ 214 milhões. Esse valor pode aumentar em R$ 71 milhões, dependendo da performance da SulaCap. Segundo Thomaz Cabral de Menezes, CEO da SulAmérica, o novo produto poderá ser distribuído por corretores da seguradora e as pessoas físicas de baixa renda devem ser o público alvo. “O principal atrativo é o sorteio de dinheiro durante a capitalização”, diz. O relatório do banco Fator, assinado por Iago Whately, considera a aquisição positiva porque reduz em aproximadamente 25% o excesso de capital da SulAmérica.
Ações
Estrangeiros lideram oferta da Locamerica
A Locamerica publicou, na quarta-feira 30, o anúncio de encerramento de sua oferta primária e secundária de ações. O processo, que distribuiu 30,3 milhões de papéis e resultou na movimentação de R$ 273 milhões, teve forte adesão dos investidores estrangeiros, que ficaram com metade da oferta, 15 milhões de ações. Os fundos de investimento também ficaram com outros 48,5%. As pessoas físicas investiram pouco nos papéis: apenas 1,4 milhão de ações, ou 0,04%.
Touro x Urso
O mês de maio foi amargo para a Bovespa, que caiu 12,7%. Foi o pior resultado mensal desde a crise de 2008. A crise europeia, com a continuidade da insegurança sobre a Grécia e problemas sérios no sistema bancário espanhol pesaram sobre o mercado. Os resultados das principais blue chips, Vale e Petrobras, caíram.
Mercado em números
Eletrobras
R$ 1,3 bilhão – Foi o lucro líquido consolidado apurado pela Eletrobras no primeiro trimestre, o que representa recuo de 1,3% ante o mesmo período do ano passado. Em relação ao quarto trimestre de 2011, o lucro foi 127,5% maior.
Multiplan
R$ 100 milhões - É o valor do investimento que a companhia faz em nova ampliação do BarraShopping, no Rio de Janeiro. O shopping ganhará mais 45 lojas e 4,2 mil metros quadrados de escritórios.
Ecorodovias
1,5 milhão - De ações é a quantidade que a empresa deve recomprar no prazo de um ano. O número representa pouco mais de 1% do volume existente no mercado.
JBS
9,5 mil toneladas - É o volume de carne que será produzido, por mês, com a reativação da planta frigorífica de Presidente Epitácio, no interior de São Paulo. A reabertura aconteceu após acordo com o governo paulista sobre créditos de ICMS gerados na compra de bois de Mato Grosso do Sul.
Siderurgia
65,10% - Foi a queda no lucro líquido do setor de siderurgia e metalurgia, segundo levantamento da Economática com empresas de capital aberto, na comparação entre o primeiro trimestre de 2012 e o mesmo período de 2011.
Pelo mundo
Bankia pede socorro ao Homem-Aranha
Com o objetivo de captar mais depósitos, o banco espanhol Bankia está oferecendo uma toalha do Homem-Aranha a jovens investidores que pouparem € 300 até o fim do mês. O governo local também está preocupado com a saúde do banco e prepara uma injeção de recursos no valor de € 19 bilhões. Na quarta-feira 30, as ações estavam em queda de 8,6% para € 1,04.
France Telecom compra empresa egípcia
A France Telecom adquiriu 94% da operadora egípcia de telefonia móvel Mobinil. A empresa disputa a liderança do mercado local com a Vodafone Egito. Com a notícia, na segunda-feira 28, as ações da France fecharam em queda de 0,82%, para € 10,25.
Nike vai vender marcas Umbro e Cole Haan
A Nike vai vender duas de suas marcas premium, a Cole Haan e a Umbro, para se concentrar no crescimento da Jordan, da Conversa, da Hurley e de sua própria marca original, disse em comunicado. Na quinta-feira 31, as ações da empresa estavam em queda de 0,6%, para US$ 107,5.
Personagem
MRV aposta na recuperação
As ações das principais construtoras despencam no pregão. Caíram 10% em maio e acumulam perda de 0,26% no ano. Os papéis da MRV Engenharia perderam ainda mais: 15% neste ano. Apesar da queda de 45% no lucro no primeiro trimestre de 2012, Rubens de Souza, presidente da empresa, aposta numa recuperação do setor, como ocorreu em 2008.
Rubens de Souza, CEO da MRV: a empresa está recomprando ações.
Existe uma crise no setor, visto que as ações das construtoras estão voláteis? Como reverter esse quadro?
É fato que as ações perderam muito valor. Contudo, temos de analisar o potencial do setor. Existe a necessidade da construção de 35 milhões de moradias, nos próximos 20 anos. A relação do crédito sobre o PIB é muito baixa no Brasil, e o principal financiamento vem do FGTS e da poupança, que é bem barato. Na crise de 2008, o setor também perdeu valor na bolsa, mas se recuperou antes dos demais. Acredito no mesmo comportamento agora.
Como a empresa vê o rebaixamento das ações que o JP Morgan fez?
Temos cobertura de analistas de 21 instituições e o JP nos classificou como neutros, mas ninguém disse para vender as ações.
As ações da MRV, na sua opinião, estão baratas?
Sim. Tanto que faremos uma recompra de ações e não mexemos em nossas projeções de vender R$ 5 bilhões e crescer 15%, em 2012. Esse montante equivale a 48 mil apartamentos prontos. Fabricamos 200 unidades por dia útil.
Qual a estratégia para conseguir tal volume e como controlar a inadimplência?
Procuramos manter nosso foco na classe média. Feirões, como o da Caixa e o da própria companhia, também ajudam muito e, de um tempo para cá, estamos de olho na internet, que já representa 40% das vendas. Além disso, evitamos atrasos. Hoje, 85% das obras estão adiantadas, 10% em dia e 5% atrasadas, dentro do prazo da lei. Até o fim do ano, 100% das obras estarão adiantadas. Sobre a inadimplência, o problema maior fica com a Caixa, que é o grande vetor de crédito. Hoje, o nível de atrasos de mais de 90 dias é de apenas 1,5%.
Colaboraram: Patrícia Alves e Fernando Teixeira