12/08/2021 - 12:10
Por Guillermo Martinez e Sarah Marsh
MADRI/HAVANA (Reuters) – Empurrando dois carrinhos abarrotados de suprimentos médicos, Marilys Colarte espera em um aeroporto de Madri para levar sua carga preciosa a Cuba, onde remédios vitais estão acabando.
Colarte é parte de uma rede internacional crescente de voluntários da diáspora cubana que transportaram toneladas de ajuda para a ilha caribenha nos últimos meses.
“Todos contribuíram com um pouco de si mesmos, um pouco de seu amor”, disse Colarte, de 52 anos, antes de embarcar no avião para Havana com 100 quilos de suprimentos. “Estou muito feliz de levar remédio ao meu povo, que realmente precisa dele.”
Criado nos tempos do falecido líder revolucionário Fidel Castro, o sistema de saúde pública de Cuba é uma das conquistas mais estimadas de sua revolução, mas uma crise econômica profunda provoca uma escassez de remédios e outros produtos básicos.
O governo culpa em grande parte as sanções dos Estados Unidos, enquanto seus críticos culpam a economia estatal ineficiente. No mês passado, a carência, somada aos blecautes e à falta de liberdades civis, desencadeou raros protestos de rua maciços.
Uma das medidas que o governo cubano adotou em reação aos tumultos foi permitir que viajantes entrem com remédios, alimentos e produtos de higiene sem pagar impostos de importação. Nas duas semanas transcorridas desde então, viajantes levaram 112 toneladas de tais bens através do aeroporto internacional de Havana, informou a alfândega cubana.
Os voluntários saudaram a medida, mas disseram que seu impacto é limitado, dados os poucos voos que se destinam a Cuba desde que o governo os restringiu por causa do surto de Covid-19.
“A maior comunidade da diáspora está na Flórida, mas fomos de 50 voos semanais dos Estados Unidos a Cuba para três”, disse o voluntário Enrique Guzman Karell, radicado no Estado norte-americano.
(Reportagem adicional de Graham Keeley em Barcelona e Juan Medina em Madri)