01/09/2021 - 0:35
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha nazista e os Estados Unidos correram para desenvolver tecnologia nuclear. Antes que a Alemanha pudesse ter sucesso, as forças aliadas interromperam o programa e confiscaram alguns dos cubos de urânio que estavam no centro dele.
O destino final da maior parte desse urânio é desconhecido, mas alguns cubos que se acredita estarem associados ao programa estão nos Estados Unidos e na Europa. Hoje, os cientistas relatam os resultados iniciais de novos métodos que estão sendo desenvolvidos para confirmar sua proveniência. As técnicas também podem ajudar nas investigações sobre o tráfico ilícito de material nuclear.
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No início dos anos 1940, vários cientistas alemães competiam para explorar a fissão nuclear a fim de produzir plutônio a partir do urânio para a guerra. As equipes incluíam o grupo de Werner Heisenberg em Berlim (mais tarde mudou-se para Haigerloch para tentar evitar as tropas aliadas) e a equipe de Kurt Diebner em Gottow. Cubos de urânio foram produzidos para abastecer reatores nucleares nesses locais.
Medindo cerca de 5 centímetros de cada lado, centenas de cubos, cada um medindo cerca de 5 centímetros de lado, foram pendurados em cabos submersos em água “pesada”, na qual o deutério substitui o hidrogênio mais leve. Os cientistas esperavam que a decomposição radiativa do urânio nas montagens desencadeasse uma reação em cadeia nuclear autossustentável – mas o projeto falhou.
Assim que Hitler chegou ao poder, os experimentos nucleares estavam na vanguarda de pesquisa. Todavia, em 1938, os radioquímicos alemães, Frittz Strasserman e Otto Hahn, dividiram o átomo para liberar enormes quantidades de energia. Ao longo da Segunda Guerra Mundial, os cientistas do país competiram para transformar cubos de urânio em plutônio.
Submergiram o material em ‘água pesada’, onde o hidrogênio foi substituído por deutério, um isótopo mais denso. Sendo assim, esperavam que seus reatores desencadeassem uma reação em cadeia autossustentável, entretanto, os planos falharam.
Quando as forças americanas e britânicas descobriram o laboratório de Heisenberg, em 1945, recuperaram 644 cubos do plano de bomba nazista, e enviaram aos EUA. Apesar de serem aplicações essenciais no desenvolvimento de técnicas de rastreamento de material nuclear hoje, os cubos são uma lembrança inquietante de como chegamos perto de uma outra história.
“Estou feliz que o programa nazista não estava tão avançado quanto eles desejavam no final da guerra”, disse Brittany Robertson, uma estudante de doutorado do PNNL. “Porque, caso contrário, o mundo seria um lugar muito diferente”, concluiu.