A curva de juros brasileira mostra inclinação nesta terça-feira, 20, com as taxas de juros de curto prazo em baixa e as de longo prazo em alta, em um movimento contrário ao que vinha se desenhando nos últimos dias. Na avaliação de Renan Suehasu, planejador financeiro e sócio da A7 Capital, a inversão da tendência está diretamente relacionada aos recentes discursos dos dirigentes do Banco Central no sentido de corrigir excessos na precificação de alta da taxa Selic.

Segundo ele, tanto o presidente do BC, Roberto Campos Neto, quanto o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, buscaram acalmar o mercado quanto à possibilidade de elevação da taxa Selic nos próximos meses. Campos Neto pediu “calma” e “cautela” ao mercado, enquanto Galípolo, possível substituto dele, falou que ao abordar um balanço de riscos assimétrico não está dando um guidance ao mercado.

Neste final de manhã, o mercado analisa as declarações de Campos Neto em evento do BTG Pactual. Em suas declarações, o presidente do BC voltou a afirmar que vai elevar os juros se for preciso e que as expectativas desancoradas “incomodam muito”.

Às 11h05, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 projetava 11,790%, ante 11,844%. O vencimento de janeiro de 2029 projetava 11,44%, contra 11,38% do ajuste de ontem.