LONDRES (Reuters) – A licença paga por empresas no mercado de carbono da União Europeia atingiu 100 euros (106,57 dólares) por tonelada pela primeira vez nesta terça-feira, um marco que reflete o aumento do custo que fábricas e usinas de energia devem pagar quando poluem.

A licença de emissão de referência, EU Allowance (EUA), chegou a um valor recorde de 101,25 euros por tonelada e estava sendo negociada a 100,49 euros por tonelada às 15h49 desta terça-feira no horário de Londres (12h49 no horário de Brasília).

Essas licenças são a principal moeda do Sistema de Comércio de Emissões (ETS) da União Europeia, que obriga fabricantes, empresas de energia e companhias aéreas a pagar por cada tonelada de dióxido de carbono que emitem como parte dos esforços dos europeus para cumprir com as metas climáticas.

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Quanto mais os emissores tiverem que pagar pelas licenças de carbono da UE para cobrir cada tonelada de C02 que produzem, maior será o incentivo para investir em tecnologias de baixo carbono e mudar para combustíveis menos poluentes.

Os países e legisladores da UE concordaram com reformas no mercado de carbono europeu no final do ano passado, criando um clima otimista que se fortaleceu nas últimas semanas, à medida que as empresas se aproximam do prazo (abril) para comprar e enviar licenças de CO2 suficientes para cobrir suas emissões de 2022.

Pessoas que operam neste mercado disseram que o inverno europeu e as baixas velocidades do vento aumentaram a demanda por geradores movidos a combustível fóssil nos últimos dias e a compra por parte de especuladores também elevou os preços.

O aumento do preço também se deu por conta do crescimento da demanda do setor de energia por licenças de CO2 em 2022. Isso porque a diminuição do fornecimento de gás russo ajudou a alimentar uma elevação de 7% na geração de energia europeia a partir do carvão, o combustível fóssil mais intensivo em CO2, apesar do alto preço do CO2.

(Reportagem de Kate Abnett, Susanna Twidale, Nina Chestney e Nora Buli)