Por Nayara Figueiredo

SÃO PAULO (Reuters) – O custo médio do frete rodoviário teve um aumento de 1,96% em fevereiro ante igual período do ano anterior, enquanto o combustível mais utilizado no Brasil, o diesel, disparou 41,48% no mesmo intervalo, de acordo com o Índice FreteBras do Preço do Frete (IFPF) divulgado nesta terça-feira.

O valor médio do frete por quilômetro por eixo no Brasil ficou em 1,01 real. Já o preço do diesel atingiu 5,59 reais, informou em nota a plataforma de transporte de cargas.

No comparativo mensal, o diesel também mostrou um aumento maior (+1,69%) em fevereiro se comparado ao comportamento do frete, que ficou praticamente estável (+0,23%).

Na abertura dos dados por regiões, Sul e Sudeste apresentaram o frete mais elevado em fevereiro (1,02 real). Já os valores mais baixos foram registrados no Nordeste (0,99 real) e Centro-Oeste (0,97 real). ]

Na comparação entre janeiro e fevereiro, a maior alta do preço do frete foi registrada no Sul, com 1,53%. “Isso aconteceu por ter sido percebido um aumento mais acelerado no número de fretes do que o volume de caminhões disponíveis”, afirmou a FreteBras.

“Enquanto o número de fretes publicados na plataforma da FreteBras subiu 4,69%, o volume de veículos na região caiu 5,51%, levando para cima o valor”.

No Centro-Oeste, a alta nos preços alcançou 0,92%, enquanto no Sudeste o preço do frete teve leve aumento de 0,56%.

“O impacto das chuvas no período, principalmente em Minas Gerais, fez com que houvesse queda no volume de veículos disponíveis na região (-4,82%), sendo que o número de fretes publicados aumentou 12,17%”, disse a empresa.

SETORES

A pesquisa também mostrou que os fretes do agronegócio foram os mais altos registrados em fevereiro, sendo fixados em 1,03 real por km rodado por eixo.

O avanço acontece em um momento que o Brasil –maior produtor e exportador global de soja– realiza a colheita e escoamento da safra da oleaginosa.

Em seguida, aparecem os fretes de produtos industrializados, que chegaram ao valor médio de 1,00 real. Além disso, a FreteBras destacou o custo de transporte dos insumos para construção, que ficou em 0,98 real por km rodado por eixo.

Na variação anual, os fretes para produtos industrializados registraram aumento de 2,07% em fevereiro. No agronegócio, o valor dos fretes subiu 0,87%. Já os fretes de insumos para construção caíram 0,54% em comparação com fevereiro de 2021. 

Quando comparados os dados de janeiro a fevereiro de 2022, o agronegócio teve aumento de 0,66%. Os fretes de produtos industrializados registraram alta de apenas 0,12%. Já no setor de insumos para construção houve queda de 0,72% no valor. 

Os dados que compõem o IFPF têm por base a análise de mais de 8 milhões de fretes cadastrados até fevereiro de 2022. A plataforma conta com mais de 675 mil caminhoneiros cadastrados e 17 mil empresas assinantes. Os fretes publicados cobrem 95% do território nacional.

Foram analisados também os preços de combustíveis publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

(Por Nayara Figueiredo)

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