Papéis avulsos

Será que agora vai? A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) disse na quinta-feira 23 ser a favor da reestruturação societária da Oi. A operadora já tentou simplificar a sua estrutura por três vezes, mas as propostas foram rejeitadas pelos minoritários. Há inúmeras reclamações sobre o processo, com questionamentos sobre conflitos de interesses, direito de retirada e avaliações díspares do preço das ações. O principal entrave à operação tem sido a relação de troca, que é rejeitada pelos minoritários. Atualmente, são negociadas sete ações de três companhias diferentes: Tele Norte Leste, Telemar e Brasil Telecom. A intenção da Oi, presidida por Francisco Valim, é manter apenas dois papéis em circulação, as ordinárias e as preferenciais da Brasil Telecom. Uma assembleia de acionistas para discutir a reestruturação foi marcada para a segunda-feira 27.

 

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Francisco Valim: nova tentativa de reestruturação societária.

 

 

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Destaque no pregão


Lupatech ergue fábrica em Pernambuco

 

A empresa prestadora de serviços na área de petróleo e gás Lupatech obteve um empréstimo de R$ 15 milhões junto ao Itaú BBA para construir uma fábrica de fios na cidade de Timbaúba, em Pernambuco. O custo inicial da unidade é de R$ 10,8 milhões. O financiamento será feito mediante Cédula de Crédito Bancário, com pagamento único ao custo de CDI mais juros de 5,5% ao ano. A garantia vem dos direitos creditórios decorrentes de um contrato entre a Petrobras e a Lupatech. A fábrica será construída em até 270 dias. 

 

Palavra de analista:

Luiz Otavio Broad, da Ágora Corretora, afirmou que o empréstimo de curto prazo com o Itaú BBA serve “apenas para fechar as contas atuais”. Para ele, a companhia de serviços no setor de petróleo e gás precisa realizar logo o aumento de capital, anunciado em janeiro, para fortalecer o caixa.

 

 

 

  

Touro x Urso

 

Os investidores aproveitaram o fim do Carnaval para voltar à fria realidade dos números e realizaram parte dos ganhos do início do ano. Nos dois primeiros pregões da Quaresma, o Índice Bovespa recuou 0,6%. A queda poderia ter sido maior não fosse o bom desempenho de ações importantes, como Petrobras e Vale. A maior parte das empresas divulgou bons resultados referentes a 2011, e agora a especulação é sobre os números do primeiro trimestre de 2012.

 

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A volta dos IPOS

 

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Quem vem lá


Taesa prepara volta à bolsa

 

A Taesa, empresa de transmissão de energia elétrica controlada pela Cemig, se prepara para voltar ao mercado de capitais. A companhia pretende fazer uma oferta pública de ações que deve movimentar R$ 1 bilhão. Os recursos serão usados para financiar a compra dos ativos de transmissão da espanhola Abengoa no País, adquirida por R$ 1,16 bilhão. A Taesa planejava emitir dívida no Exterior, mas em razão da crise europeia optou por lançar notas promissórias. 

 

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Fique de Olho:  Os analistas recomendam ações do setor elétrico para defender a carteira de investimentos, porque as empresas costumam pagar bons dividendos.

 

 

 

 

Qualicorp quer mais saúde para seus papéis

 

Menos de um ano após a sua oferta inicial de ações, a operadora de saúde Qualicorp deve fazer uma oferta pública secundária de papéis. O objetivo é ganhar liquidez na bolsa. Desde a abertura de capital, o volume de negócios com os papéis da empresa fica entre R$ 15 milhões e R$ 120 milhões por mês. 

 

 

 

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Educação financeira

 

O livro Não Tenha Medo de Gerenciar seu Chefe, de Bruce Tulgan, ensina abordagens inovadoras para lidar com qualquer tipo de superior hierárquico. Ideal para garantir o emprego e o dinheiro para investir. Ed. Sextante Pág 176, R$ 19,90.

 

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Mercado em números

 

Bradesco

US$ 5,4 bilhões – Foi quanto o banco brasileiro conseguiu arrecadar no Exterior com a emissão de bônus. A taxa paga ao investidor foi de 5,9% para o prazo de dez anos.


Itautec

R$ 43,6 milhões - Foi o lucro líquido que o braço de tecnologia do Itaú obteve em 2011. O resultado é 278,3% superior ao mesmo período de 2010. No ano, o Ebitda foi de R$ 53,4 milhões, alta de 56,2% em relação a 2010.

 

BIC Banco

R$ 30,12 milhões - Foi o lucro líquido do banco no ano passado. O resultado foi 56,96% inferior ao registrado em 2010, principalmente, por conta do aumento das provisões e piora na qualidade do crédito.

 

Porto Seguro 

5 milhões - É a quantidade de ações ordinárias que a seguradora vai recomprar do mercado até 22 de fevereiro do ano que vem. Do total recomprado, 2.972.600 serão mantidos em tesouraria, mas a orientação do Conselho de Administração à Assembleia-Geral será a

de cancelamento. 

 

GOL 

10% - É o quanto a empresa aérea espera crescer em número de passageiros transportados (RPK) em 2012. 

 

 

 

Pelo mundo


Lucro da Tenaris cresce 33%

 

A Argentina Tenaris, maior produtora mundial de tubos de aço para a indústria do petróleo, teve surpreendente alta de 33% no lucro líquido do quarto trimestre, ao somar US$ 426,3 milhões. Parte do resultado se deve a vendas maiores, que somaram US$ 2,75 bilhões. Na quarta-feira 22, as ações fecharam em alta de 1,77%.

 

 

AB Inbev quer comprar StarBev

 

A cervejaria Anheuser-Busch InBev está analisando a aquisição da StarBev, dona da cerveja tcheca Staropramen. O negócio pode valer US$ 3 bilhões. A CVC Partner é dona da cervejaria desde 2009, quando a comprou da própria AB InBev. Na quinta-feira 23, as ações da AB Inbev subiram 0,4%.

 

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HSBC encerra premier no japão

 

O banco inglês HSBC vai encerrar os serviços premier no Japão, quatro anos após estruturar a operação japonesa. Em 31 de julho acabam os serviços em Tóquio, Osaka e Nagoya. O banco também está reduzindo posições na Coreia do Sul e Tailândia. No dia do anúncio da decisão, quarta-feira 22, as ações do HSBC subiram 0,59%. 

 

 

 

 

Personagem


Imposto sobe. Lucro da Souza Cruz, também

 

A ênfase nas marcas mais sofisticadas e de maior valor agregado garantiu lucros recorde para a Souza Cruz em 2011. A empresa de tabaco lucrou R$ 1,6 bilhão pelo resultado não consolidado, uma cifra 10% superior ao de 2010 e o maior ganho de sua história. Leonardo Senra, diretor de relações com investidores da companhia, conversou com a DINHEIRO:

 

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Leonardo Senra, diretor de Relações com Investidores: 300 mil pontos de venda.

 

O governo vem intensificando as campanhas contra o fumo e elevou os preços dos cigarros em 8%. Mesmo assim, a Souza Cruz obteve um lucro recorde. Por quê?

Para obter esse lucro, nós nos concentramos nas marcas mais sofisticadas do nosso portfólio, como Dunhill, Free e Lucky Strike. Também obtivemos nosso recorde histórico de exportação: US$ 645 milhões. A maior parte para a Europa e a Ásia, e em menor escala para os EUA.

 

As campanhas do governo não prejudicaram os resultados?

O volume de vendas caiu 1,4% devido à carga tributária mais elevada, mas nosso principal entrave nesse caso é a concorrência desleal, os cigarros que não pagam impostos. A participação dos produtos contrabandeados representa 28% do mercado brasileiro. Com isso, o governo deixa de arrecadar R$ 2 bilhões em impostos por ano. No nosso caso, o maior impacto ocorre nas vendas das marcas mais populares, como Derby, por exemplo. A crise mundial e a desaceleração econômica também diminuíram as vendas, mas isso foi um efeito marginal.

 

Como vocês contornaram a proibição das propagandas?

Expandimos a distribuição direta dos nossos produtos. Hoje, temos 300 mil pontos de venda em todo o País. A lei não permite propaganda de cigarros e também não podemos usar as redes sociais. O único espaço que temos para isso é o ponto de venda. Por isso, tivemos de buscar novas formas de nos comunicar. Atualizamos o nosso portfólio, lançamos novas versões, mudamos embalagens e oferecemos edições limitadas. 

 

 

Colaboraram: Fernanda Pressinott e Fernando Teixeira