President of South Africa Cyril Ramaphosa smiles as he addresses MPs after being elected president in parliament in Cape Town, South Africa, February 15, 2018.

Novo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa REUTERS/Mike Hutchings

O até ontem vice-presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, foi designado nesta quinta-feira (15) como o novo presidente da nação pela Assembleia Nacional em substituição a Jacob Zuma, que renunciou ontem à noite após um ultimato do seu partido. A informação é da EFE.

Dado que nenhum outro candidato disputava o posto, Ramaphopsa, foi declarado automaticamente como novo chefe de Estado, sem necessidade de votação. A proclamação foi feita pelo chefe do Tribunal Constitucional, Mogoeng Mogoeng, que presidia a sessão, tal como dita a Constituição.

Ramaphosa tinha sido indicado pelo seu partido, o Congresso Nacional Africano (CNA), governante na África do Sul desde o fim do apartheid e majoritário na Assembleia. Assim, este antigo sindicalista e ativista anti-apartheid se tornou, aos 65 anos, o quinto presidente da história democrática da África do Sul.

“Servidor do povo”

“Quando alguém é escolhido para este tipo de posição, basicamente se transforma em um servidor do povo da África do Sul”, declarou Ramaphosa, em seu primeiro discurso após a eleição. Ele agradeceu a oportunidade e prometeu que, sob o seu comando, o interesse da África do Sul e de seu povo “virá primeiro” em tudo que se faça e que se comportará com “humildade e dignidade”.

Além disso, o novo mandatário se comprometeu a trabalhar para combater a corrupção, melhorar a economia e buscar a unidade do país, ainda que tenha ressaltado que os detalhes das suas linhas de governo serão informados amanhã. “Trabalharei muito duro para não decepcionar o povo da África do Sul”, concluiu.

A sessão, no entanto, não esteve isenta de atritos, já que os principais grupos da oposição criticaram o trâmite, por considerar que o apropriado seria dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas.

“O nosso problema não é Jacob Zuma, mas o CNA”, criticou Mmusi Maimane, líder do principal partido opositor, a Aliança Democrática. Ele pediu que se dê oportunidade a um “novo começo” escolhido pelo povo e criticou que Ramaphosa, como vice-presidente no governo, não tenha atuado contra a deterioração da economia, nem contra os escândalos de corrupção de seu superior.

“Lidemos com o nosso momento atual e trabalhemos lado a lado para melhorar as vidas do nosso povo”, respondeu depois o já presidente. A escolha de Ramaphosa, que deverá jurar o cargo em uma cerimônia, põe fim oficialmente à era Zuma na África do Sul, marcada por vários escândalos de corrupção.

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